O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou hoje que o governo do Brasil não trabalha com a possibilidade de emprego das Forças Armadas na Venezuela. A hipótese de intervenção militar no país vizinho também já havia sido descartada pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros.
O ministro defende que a atuação brasileira seja, sobretudo, diplomática e política. “Nós vamos tentar usar ao máximo [esses instrumentos]”, disse o chanceler. A crise venezuelana atinge a economia, política e a área social. Para Araújo, “é preciso agir” no esforço de impedir o agravamento da situação.
“Coincidimos [com os Estados Unidos] inteiramente no caráter inaceitável do que está acontecendo na Venezuela, em termos de tragédia humana, uma sociedade que está sendo esfacelada por um regime ditatorial”, afirmou o chanceler.
Araújo se referiu à permanência do presidente Nicolás Maduro no poder e nos impactos sobre a sociedade venezuelana da crise, provocando fome, desemprego e fuga de imigrantes.
“Não entramos em detalhes do que fazer frente a isso. Há uma convicção de que é preciso agir, de que é preciso não deixar que se volte a uma normalidade totalmente espúria na Venezuela. Sanções econômicas ainda podem ser ampliadas”, disse Araújo, sobre a atuação dos Estados Unidos, em coletiva de imprensa.
Ontem, antes de retornar ao Brasil, o presidente Jair Bolsonaro disse em Washington ser favorável às negociações diplomáticas na tentativa de encerrar o impasse na Venezuela. Um grupo de aproximadamente 50 nações, incluindo o Brasil, apoia Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino.
No encontro com Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que todas as alternativas estão sobre a mesa no que se refere à Venezuela.