Advogado nega que suspeito de matar Marielle seja dono de 117 fuzis

Os dois advogados já haviam negado as acusações imputadas aos seus clientes

Nova operação relacionada à morte de Marielle Franco tenta encontrar parte de armamento apreendido | Foto: Renan Olaz / Câmara Municipal do Rio de Janeiro / CP Memória

O policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado da autoria dos disparos que levou às mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, negou ser dono dos 117 fuzis encontrados desmontados na casa de seu amigo Alexandre Motta. De acordo com seu advogado, Fernando Santana, “ele nega que as armas sejam dele. Ele nega e não entendeu porque o Alexandre disse isso”.

Ronnie Lessa foi preso na Operação Lume, deflagrada ontem (13). Conforme denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), ele é o responsável pelos tiros que atingiram Marielle e Anderson e fez os disparos do banco de trás do Cobalt branco, carro que aparece em vídeos de câmeras de segurança perseguindo o veículo onde as vítimas estavam. Também foi preso o ex-policial militar expulso da corporação Élcio Vieira de Queiroz, que estaria dirigindo o carro.

Além de cumprir os mandados de prisão preventiva contra os dois, os agentes que integraram a Operação Lume também lavraram autos prisão em flagrante por posse ilegal de armas. De acordo com a Polícia Civil, Lessa seria o responsável por caixas encontradas na casa de Alexandre onde estavam guardadas peças de 117 fuzis M-16. Faltavam apenas os canos. Uma nova investigação será aberta para identificar a origem dos fuzis.

Com Élcio foram encontradas duas pistolas de uso restrito. “Era dele, só que ele tinha porte de policial militar e foi excluído da Polícia Militar. Enfim, são questões técnicas e processuais e, no momento certo, vamos fazer a defesa”, explicou Henrique Telles, advogado de Élcio.

Os dois advogados já haviam negado as acusações imputadas aos seus clientes. Fernando Santana disse que Lessa nunca fez pesquisas na internet sobre o nome de Marielle, conforme alega a denúncia do MPRJ. Já Henrique Telles assegura que provará que Élcio estava em outro local no momento do crime. “Vamos levar testemunhas que viram meu cliente no momento em que a vereadora foi assassinada”.

As duas defesas reclamam que só hoje tiveram acesso a parte dos autos do processo. “Não sei ainda do que o meu cliente está sendo acusado na totalidade”, reclamou Henrique Telles. Os advogados afastam a possibilidade de serem firmados acordos de colaboração premiada, pois alegam que, sendo ambos inocentes, não há o que delatar.