Baleia-jubarte é sacrificada no Litoral Sul

Animal estava muito magro e sofreu eutanásia com uso de anestésicos

Animal estava há uma semana encalhada e sofreu eutanásia com uso de anestésicos | Foto: Cristiane Kolesnikovas / R3 Anim

Uma baleia-jubarte (Megaptera novaeangliae) que encalhou na semana passada um pouco ao sul de Mostardas, em frente a Lagoa do Peixe, no Litoral Sul do Rio Grande do Sul, infelizmente teve de ser sacrificada. O animal estava muito magro e sofreu eutanásia com o uso de anestésicos.

De acordo com o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), a presença destes animais na costa gaúcha vem se tornando cada mais frequente, já que que a população da espécie está crescendo bastante nas últimas décadas. E nos últimos cinco anos, seis indivíduos de baleia-jubarte encalharam na orla do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, sendo que cinco já chegaram mortos na praia.

A eutanásia foi realizada por veterinários da R3, uma associação de Santa Catarina, que se deslocou até o local para apoiar a equipe de especialistas (biólogos e veterinários) do Ceclimar, que estava monitorando a baleia desde a sexta-feira. “A baleia recebeu uma injeção com anestésicos, onde foi usada uma agulha especial para o animal”, disse o médico veterinário Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Projeto Baleia Jubarte.

A baleia-jubarte sacrificada tinha cerca de 12 metros e estava muito debilitada. “Normalmente as jubartes estão no Brasil entre os meses de junho e novembro. Algumas, às vezes, ficam um pouco mais, não sendo incomum encontrá-las em dezembro, eventualmente em janeiro”, explicou o médico.

“Mas nesta época do ano, as baleias deveriam estar na Antártida, se alimentando. Então não é comum encalhe nesta época. Achamos que este animal deveria estar com algum problema de saúde para estar tão magro e afastado de seu habitat assim. Provavelmente não conseguiu fazer a migração, saindo do Brasil e indo para a área de alimentação”, lamentou Marcondes.

A equipe iria tentar deslocar o corpo do animal para a sede do instituto e realizar a necropsia, “porém a maré estava muito alta e com a retroescavadeira disponível, levada para o local, muito afastado e de difícil acesso, não foi possível, pois era necessário um veículo maior, com uma esteira”, informou a bióloga Janaína Wickert, do Ceclimar. “Uma nova tentativa de remoção do corpo do animal será feita durante a semana”, ressaltou ela. Marcondes completou afirmando que em 2018, exatas 101 baleias-jubartes encalharam ao largo da costa brasileira.