Com a indicação do general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz para a Secretaria de Governo, na manhã desta segunda-feira, chega a quatro o número de generais confirmados no primeiro escalão do presidente eleito Jair Bolsonaro. Além do vice Mourão, já foram indicados como ministros os generais Augusto Heleno, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e Fernando Azevedo e Silva, da Defesa. Todas as pastas, incluindo a que vai ser ocupada por Santos Cruz, são muito próximas do presidente, funcionando dentro do Palácio do Planalto, com exceção da Defesa, com sede na Esplanada.
Pela atuação na transição, o general Mourão já indicou que não vai ser um “vice decorativo”. Ele assume a Presidência já em janeiro, durante a licença médica de Bolsonaro, que deve ser operado novamente após a posse.
Um quinto general pode ocupar a Esplanada. Desde a semana passada, o nome do general da reserva Oswaldo Ferreira era cotado para comandar uma fusão de pastas, uma espécie de “Casa Civil da Infraestrutura”, vinculada à Presidência da República. Com a suposta desistência do oficial, outros nomes passaram a ser cotados para a mesma pasta: os do general da reserva Jamil Megid Júnior e do general Joaquim Brandão, que trabalha no gabinete do ministro do GSI, Sérgio Etchegoyen. Nenhum dos nomes foi confirmado pelo governo de transição.
Além deles, há outros militares que não são generais no governo e também profissionais com formação militar. O astronauta Marcos Pontes, ministro indicado para a Ciência e Tecnologia, é tenente coronel da Força Aérea Brasileira. Wagner Rosário, que foi mantido na Transparência e CGU (Controladoria Geral da União), é servidor público de carreira mas foi capitão do Exército, e é graduado e pós-graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras. O ministro indicado da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, é professor universitário e professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército.
O general Santos Cruz, hoje anunciado ministro da Secretaria de Governo, já havia sido mencionado na semana passada pelo vereador Carlos Bolsonaro como cotado para a Secretaria Nacional de Segurança Pública, mas a informação não chegou a ser confirmada pelo presidente eleito e nem pelo governo de transição.
A formação do governo de Bolsonaro mostra o que ele já havia dito em 2017, quando assegurou a volta dos militares ao comando do País, mas pelo voto. O capitão foi eleito e hoje forma o governo com mais militares desde a redemocratização. O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, é o primeiro militar a voltar à pasta após o fim dos governos militares.
Uma das promessas de campanha de Jair Bolsonaro era de enxugar os ministérios e diminuir o número de pastas. Por enquanto, ele sinaliza que as secretarias que funcionarão dentro do Palácio do Planalto continuarão com status de ministério.
Veja abaixo os ministros já anunciados por Bolsonaro (ministérios e secretarias com status de ministérios) e as formações de cada um deles.
1) Onyx Lorenzoni (Casa Civil) – deputado
2) Paulo Guedes (Economia) – economista
3) General Augusto Heleno (Segurança Institucional) – militar/general
4) Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) – coronel militar
5) Sérgio Moro (Justiça) – juiz
6) Tereza Cristina (Agricultura) – deputada
7) General Fernando Azevedo e Silva (Defesa) – militar/general
8) Ernesto Araújo (Relações Exteriores) – diplomata
9) Wagner Rosário (Transparência e CGU) – servidor de carreira do CGU
10) Luiz Henrique Mandetta (Saúde) – deputado
11) André Luiz de Almeida Mendonça (AGU) – advogado e consultor jurídico
12) Gustavo Bebianno (Secretaria Geral da Presidência) – presidente de partido
13) Ricardo Vélez Rodríguez (Educação) – professor universitário
14) Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo) – militar/general
*Com informações da Coluna do Fraga