Entre as figuras tradicionais que ficaram de fora da lista de eleitos em 2018, parte obteve votos suficientes mas espera decisão da Justiça eleitoral para saber se pode ou não tomar posse. No Rio Grande do Sul, esse é o caso do pedetista Gilmar Sossela. Os mais de 37 mil votos que o deputado somou, na disputa pela reeleição, até agora não tiveram valor. Isso porque ele teve a candidatura impugnada pela Lei da Ficha Limpa, que deixou Sossela e mais quatro na condição de sub júdice durante o pleito.
O trabalhista, que chegou a presidir a Assembleia, teve o mandato cassado em 2015 em decorrência da captação ilícita de recursos para a campanha e abuso do poder político. Ele era acusado de utilizar o cargo de presidente para pressionar servidores que detinham funções gratificadas a adquirir convite para evento de apoio à reeleição dele, no pleito anterior.
Sossela recorreu e acabou absolvido, em abril de 2017, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que reformou a decisão do TRE gaúcho e devolveu a ele o cargo de parlamentar. Esse é o principal argumento da defesa do parlamentar para manter a candidatura como válida. O TRE afirmou que o caso já corre na instância superior, sem previsão de julgamento.
No caso de uma reviravolta, que autorize Gilmar Sossela a contar com os votos que recebeu nas urnas, ele supera os colegas de sigla Gerson Burman e Luiz Marenco na contagem geral e transforma esse último em suplente. A eventual entrada de Sossela também o coloca como terceiro mais votado do PDT, jogando Burman para a quarta colocação. Eduardo Loureiro e Juliana Brizola foram os mais votados da legenda, nessa ordem.
Na contagem simplificada entre os deputados que se elegeram, Sossela fica em 29º lugar, atrás de Classmann, do PTB. O PDT firmou coligação nas proporcionais com o PMB, que não elegeu representantes para o legislativo gaúcho.