Presos dois parentes de traficante suspeito de ter matado policial no Vale do Caí

Buscas prosseguem na região. Agente teve o corpo sepultado nessa manhã

Polícia Civil mantém buscas a criminosos na região. Foto: Alvaro Grohmann / Especial / CP

Foram presos, no início da tarde desta quinta-feira, no interior de Pareci Novo, no Vale do Caí, dois familiares do suspeito de ter matado o policial civil Leandro de Oliveira Lopes. As buscas pelo traficante Valmir Ramos, conhecido como “Bilinha”, prosseguem pela região.

Valmir Ramos, conhecido como Bilinha, é suspeito de ter atirado no policial. / Foto: Polícia Civil. / Divulgação.

Com um dos presos, três armas foram apreendidas pela Polícia Civil. Ele pagou fiança e foi liberado. O outro, suspeito de dar abrigo para dois foragidos, foi ouvido e vai responder em liberdade. Com os dois, foram recolhidos celulares com fotos e vídeos da movimentação da operação de ontem, como a formação de barreiras pelos PMs.

Bilinha é foragido da polícia desde 2016. Em 24 de novembro, ele e outros dois presos conseguiram fugir de uma Delegacia de Pronto Atendimento de São Leopoldo, para onde foram levados até a liberação de vaga no sistema carcerário. Na ocasião, os cadeados foram quebrados pelo trio, que deixou a delegacia pelas portas dos fundos. Bilinha havia sido detido sete dias antes, flagrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) com 445 quilos de maconha na BR 116.

A operação, que tinha o objetivo de cumprir um mandado de prisão, foi estendida a partir da morte do policial. Depois que moradores informaram que viram pessoas correndo nas imediações da uma estrada vicinal de Pareci Novo, a Polícia Civil e a Brigada Militar intensificaram a presença na cidade.

Crime

O inspetor de Polícia Leandro de Oliveira Lopes, de 30 anos, lotado na Delegacia de Homicídios de Canoas, morreu baleado com um tiro de fuzil, pelas costas, ao participar de uma operação para cumprimento de um mandado de prisão de um foragido ligado a uma facção criminosa. A operação, com mais de 20 policiais, foi recebida a tiros ao chegar ao sítio usado pelo bando. Os policiais tinham como alvo um integrante dessa facção. O projétil perfurou o colete balístico, de acordo com a Polícia Civil.

Leandro era ex-policial militar e ingressou na Polícia Civil no ano passado, na última turma de aprovados para o concurso público para a corporação. Ele havia concluído em dezembro o curso de formação. O agente era casado e deixa uma filha recém-nascida.

Protesto

Nessa manhã, as forças da segurança pública se despediram do inspetor. Em todo o Rio Grande do Sul, agentes da Polícia Civil, policiais da Brigada Militar, o Comando Rodoviário da Brigada Militar, o Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal irmanaram-se na dor e solidariedade pela perda da vida do agente.

Em todas as cidades gaúchas ocorreu um sirenaço de viaturas pontualmente às 10h. Continências foram prestadas inclusive pelos policiais militares. Nesse horário, o corpo do policial civil era sepultado no cemitério municipal de Guaíba.

O Chefe de Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, e o Comandante-Geral da Brigada Militar, coronel Mário Ikeda, compareceram à despedida, realizada também ao som das sirenes das viaturas por cinco minutos. Já o helicóptero da Polícia Civil promoveu uma chuva de pétalas de rosa.

Em Porto Alegre, a Ugeirm Sindicato realizou uma carreata que começou no Palácio da Polícia, na avenida João Pessoa. Uma faixa de luto foi colocada sobre o nome da instituição que está em um pedestal. Policiais federais participaram da manifestação. Com as sirenes acionadas, as viaturas deslocaram-se pela BR 290 até o cemitério municipal de Guaíba.