Semana inicia com emergências de hospitais e UPAs lotadas em Porto Alegre

Dez das 11 unidades monitoradas pela Secretaria Municipal de Saúde operam com mais de 100% da lotação

Foto: Pedro Piegas / Correio do Povo

A semana inicia com emergências adultas de hospitais e UPAs do Sistema Único de Saúde (SUS) lotadas em Porto Alegre. Com exceção da emergência do Hospital Vila Nova (96,15%), o panorama é o mesmo nos outros seis hospitais e nas quatro unidades de pronto-atendimento monitoradas.

Conforme o dashboard da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) o maior índice de superlotação é registrado no Hospital São Lucas e no Hospital de Clínicas, com 390%. Neste último 35 pacientes estão internados para nove leitos disponíveis. Desde janeiro, as emergências adulto e pediátrica do hospital operam com restrições devido à realização de obras estruturais. Na entrada do local, uma placa foi instalada orientando que os pacientes busquem atendimento em outras unidades até o dia 16 de março.

O Hospital Restinga e Extremo Sul opera com 288,89% acima da capacidade, enquanto o Instituto de Cardiologia com 214,29%, Santa Casa com 192,86%, e Hospital Conceição com 143,14%. Apenas a unidade de emergência adulto do Hospital Vila Nova operava com menos de 100% de ocupação. Já na emergência pediátrica, o único local com operação acima dos 100% era a unidade do Hospital de Clínicas, com lotação de 128,57%.

No Pronto Atendimento da Lomba do Pinheiro o índice de superlotação está em 275%, com 22 pessoas internadas em observação para os 8 leitos disponíveis. Já nas outras UPAs, a situação está mais crítica na UPA Moacyr Scliar, com 270,59% de superlotação, seguido pela unidade da Cruzeiro do Sul com 244,44% e pelo Pronto Atendimento da Bom Jesus com 242,86%.

Conforme a reportagem do Correio do Povo, que esteve na UPA Moacyr Scliar pela manhã,  houve registros de espera de mais de quatro horas por atendimento na unidade, localizada na zona Norte da Capital.

Questionada sobre as causas da superlotação nas emergências dos pronto-atendimentos e hospitais de Porto Alegre, por meio de uma nota a secretaria diz que muitos casos são de menor gravidade e que poderiam ser atendidos nas unidades de saúde do município.

Confira a nota:

A Secretaria Municipal de Saúde informa que a procura pelos prontos-atendimentos da
Capital e UPA Moacyr Scliar tem sido motivada por uma ampla variedade de sintomas
clínicos, crônicos, respiratórios, digestivos, cardiovasculares e dermatológicos. No entanto,
observa-se que muitos desses casos são de menor gravidade e poderiam ser atendidos nas
unidades de saúde, evitando a sobrecarga dos serviços de urgência e emergência.

Os prontos-atendimentos são destinados prioritariamente a situações de urgência e
emergência, seguindo o Protocolo de Manchester, que classifica a gravidade dos pacientes
e garante que os casos mais graves sejam atendidos primeiro. Diversas unidades de saúde
contam com horários diferenciados, entre 18 e 22 horas. Os canais do 156 ajudam a
esclarecer dúvidas.

Os leitos clínicos de enfermaria são os mais demandados pela UPA e pelos PAs, e a taxa
de ocupação de 90% dos hospitais indica que a maioria dos leitos está ocupada, resultando
em dificuldades para acomodar novos pacientes e aumentando o tempo de espera. Cabe
ressaltar que a demanda aumentou ainda mais com o fechamento de serviços na região
metropolitana, fazendo com que as pessoas procurem a Capital. Mais de 40% dos
atendimentos da UPA Moacyr Scliar são da Grande Porto Alegre e outros mais de 15% nos
demais prontos atendimentos (Cruzeiro do Sul, Bom Jesus e Lomba do Pinheiro).