O júri de um réu acusado pelo feminicídio da companheira em Montenegro, no Vale do Caí, foi adiado. A sessão estava marcada para começar nesta quinta-feira, mas, na madrugada, o réu destituiu o advogado de defesa. Ele é acusado de matar a personal trainer Débora Michels Rodrigues da Silva, 30 anos, no dia 26 de janeiro do ano passado.
Sem representante legal, o acusado não pode ser julgado. Conforme o Tribunal de Justiça (TJRS), uma nova data será marcada para o júri mas, antes disso, o réu terá 10 dias para indicar um novo corpo de defesa. Ele responde em prisão preventiva.
“Nos desaponta porque houve um esforço enorme para que esse júri ocorresse e houve um gasto público muito grande, além de jurados convocados, mobilização de agentes de segurança, condução do réu, preparação de imprensa e organizações da sociedade civil. Um desgaste e frustração para todos, mas principalmente para a família da vítima. O Ministério Público vai tomar todas medidas cabíveis para que o réu siga preso e o julgamento ocorra o mais brevemente possível”, disse a promotora Rafaela Hias Moreira Huergo, responsável pela acusação.
De acordo com a denúncia, na data dos fatos, o réu matou a vítima asfixiada, colocou o cadáver dentro do seu carro e o abandonou na frente da casa dos pais dela. O acusado responde por homicídio com as qualificadoras de motivo torpe, pois estava inconformado com a separação; emprego de asfixia; recurso que dificultou a defesa da vítima, se valendo da superioridade física; e pela questão de gênero, no caso, o feminicídio dentro de um contexto de violência doméstica familiar. A motivação do crime seria a recusa dele em aceitar o fim do relacionamento de 11 anos que mantinha com a personal trainer.
