O valor anual do rendimento real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 3.225, um aumento de 3,7% (ou R$ 115) na comparação com 2023. Anteriormente, o maior resultado da série havia sido em 2014 (R$ 3.120). Por outro lado, o menor foi registrado em 2022 (R$ 2.901). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“São dois anos seguidos de crescimento do rendimento, após recuo em 2021 e 2022. A expansão do rendimento em 2024 abrangeu trabalhadores formais e informais o que contribui significativamente para o crescimento da massa de rendimento”, pontua coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy..
Já o valor anual da massa de rendimento real habitual chegou a R$ 328,9 bilhões, o maior da série, com alta de 6,5% (mais R$ 20,1 bilhões) em relação a 2023.
QUARTO TRIMESTRE
Considerando apenas o índice do trimestre de outubro a dezembro de 2024, a PNAD Contínua divulgada hoje (31) mostra que a taxa de desocupação (6,2%) ficou estável (-0,2 ponto percentual) na comparação com o trimestre de julho a setembro (6,4%) e caiu 1,2 ponto percentual se comparada à do mesmo trimestre de 2023 (7,4%). O resultado é o menor da série iniciada em 2012, considerando os trimestres móveis comparáveis.
A população desocupada foi de 6,8 milhões, também sem variação significativa no trimestre e queda de 15,6% (menos 1,3 milhões de pessoas) no ano. A taxa composta de subutilização ficou em 15,2%, recuo de 0,4 ponto percentual. frente ao trimestre encerrado em setembro e queda de 2,0 ponto percentual no ano. Já população subutilizada foi de 17,8 milhões de pessoas, o menor contingente desde o trimestre móvel encerrado em maio de 2015. A taxa de informalidade foi de 38,6%.
ATIVIDADES
A análise da ocupação por grupamentos de atividade ante o trimestre de julho a setembro de 2024 mostrou aumento em três grupamentos: Construção (4,4%, ou mais 333 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (5,0%, ou mais 283 mil pessoas) e Alojamento e alimentação (3,9%, ou mais 214 mil pessoas). Houve redução no grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,4%, ou menos 196 mil pessoas). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
“A construção e os serviços se destacaram no 4º trimestre. No caso da construção, esse movimento já vinha sendo observado desde o 2º trimestre, com o aumento de ocupados nessa atividade, voltada principalmente para a construção de edificações e reformas. Pelos serviços, os transportes, armazenamento e logística tiveram avanço importante, impulsionados pela distribuição de bens adquiridos pelo comércio on-line nesse período de consumo mais aquecido, como Black Friday e Festas”, salienta a coordenadora.
Frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2023, sete grupamentos cresceram: Indústria Geral (3,2%, ou mais 413 mil pessoas), Construção (5,6%, ou mais 414 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (2,8%, ou mais 543 mil pessoas), Transporte, armazenagem e correio (5,2%, ou mais 296 mil pessoas), Alojamento e alimentação (4,2%, ou mais 230 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,7%, ou mais 461 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,8%, ou mais 690 mil pessoas). Não houve variações significativas nos demais grupamentos.