Preço do metro quadrado para locação na capital sobe 14,71% em 2024, revela índice

Porto Alegre fechou o ano com uma alta ligeiramente maior que no período anterior

Locatários enfrentam alta de preços principalmente em bairros menos afetados pelas cheias | Foto: Freepik

O ano de 2024 foi marcado por uma desaceleração nos preços dos aluguéis nas principais capitais do país. É o que revela o Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb, divulgado hoje. Apesar da alta acumulada menor, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba fecharam o ano de 2024 com o maior valor nominal do metro quadrado já registrado em toda a série histórica do indicador, iniciada em 2019. As únicas exceções foram Porto Alegre, onde o custo do metro quadrado variou 14,71% entre 2023 e 2024,  e Brasília.

“O crescimento da economia, com a queda do desemprego e o aumento real da renda das famílias, acabou favorecendo o aumento do custo em 2024, ainda que em menor nível que o observado nos anos anteriores. Para este ano, não há sinais de que esse cenário irá se alterar. A possibilidade de aumento da taxa Selic e as novas regras para financiamento da Caixa devem fazer com que muitos acabem adiando o sonho da casa própria. Com isso, a demanda pelo aluguel deve crescer e os preços devem continuar subindo”, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.

Raio X dos preços (do m² em cada cidade)

2023

2024

Variação

São Paulo R$ 59,82 R$ 65,63 9,72%
Rio de Janeiro R$ 39,09 R$ 42,22 10,16%
Belo Horizonte R$ 33,73 R$ 38,36 13,71%
Curitiba R$ 36,43 R$ 42,02 15,34%
Porto Alegre R$ 32,12 R$ 36,84 14,71%
Brasília R$ 43,46 R$ 49,94 15,73%

 

DESACELERAÇÃO

Após a recuperação das perdas durante a pandemia em 2023 e de um processo intenso de aceleração nos preços, o que se viu no ano passado foi um arrefecimento. Os preços continuaram a subir, mas não na mesma proporção que no ano anterior. Porto Alegre, que teve um ano atípico em razão do desastre ambiental que impactou significativamente o mercado de locação, fechou o ano com uma alta ligeiramente maior que no ano anterior – mas pouco representativa (uma diferença menor que 1%).

Diferentemente de 2023, o ano passado também foi marcado pela valorização dos apartamentos menores, de um quarto. O preço médio do metro quadrado dessas unidades cresceu mais que o de imóveis de dois e três dormitórios na maioria das cidades analisadas.

“Se antes a dinâmica de trabalho com os modelos remoto e híbrido fez com que a valorização de apartamentos maiores ganhasse destaque, o que se viu no ano passado foi uma mudança de comportamento. As pessoas voltaram a procurar imóveis perto dos grandes centros e pólos de emprego, com acesso facilitado ao transporte público, o que fez a demanda por apartamentos mais acessíveis crescer. Isso impulsionou também o preço dos studios”, afirma o gerente de Dados.

BAIXOS DESCONTOS

E se no final de 2023 o desconto médio nas negociações havia diminuído consideravelmente, em 2024 esse processo se acentuou ainda mais. Todas as cidades fecharam o ano com percentuais mais baixos que os registrados um ano atrás – no caso de Brasília, ele se manteve igual.

Média dos descontos (em cada cidade)

2023

2024

São Paulo 3,7% 3,1%
Rio de Janeiro 2,6% 2,4%
Belo Horizonte 3,0% 2,6%
Curitiba 2,9% 2,2%
Porto Alegre 3,6% 3,0%
Brasília 2,1% 2,1%