A definição de antissemitismo da Aliança Internacional para Memória do Holocausto (IHRA) passa a ser adotada no Estado. A assinatura da adesão ocorreu em cerimônia no Palácio Piratini nesta segunda-feira. Participaram o governador Eduardo Leite, o presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Claudio Lottenberg, e a presidente da Federação Israelita do Rio Grande do Sul (FIRS), Daniela Russowsky Raad.
“A assinatura desta adesão reforça nosso compromisso com a construção de uma sociedade que respeita e celebra suas diferentes culturas, religiões e origens. O Rio Grande do Sul tem uma história rica de diversidade, e é nosso dever proteger esse patrimônio. Em um momento em que vemos o aumento de manifestações de ódio e intolerância no mundo, precisamos ser firmes na defesa do respeito e da dignidade humana”, ressaltou o governador.
No Brasil, além do RS, onze estados já usam a definição da IHRA como forma de combater o preconceito e a intolerância. No mundo, cerca de 40 países já aderiram à iniciativa. A definição da IHRA serve como um balizador para que governos, autoridades e sociedade entendam e identifiquem casos de antissemitismo.
Conforme levantamento da Conib, em parceria com a Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), houve aumento de quase 600% nas denúncias de antissemitismo no Brasil desde o início do conflito entre Israel e Hamas em outubro de 2023. “Esse é um momento importante, necessário, e é um marco fundamental para a nossa construção social”, completou Daniela Raad.
A data da assinatura do documento no RS coincide com o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, data implementada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que marca a libertação do campo de concentração e extermínio Auschwitz-Birkenau, na Polônia, em 1945.
A definição da IHRA
“O antissemitismo é uma determinada percepção dos judeus, que se pode exprimir como ódio em relação aos judeus. Manifestações retóricas e físicas de antissemitismo são orientadas contra indivíduos judeus e não judeus e/ou contra os seus bens, contra as instituições comunitárias e as instalações religiosas judaicas.”