O impacto Trump na economia brasileira

Agronegócio brasileiro foi beneficiado com a politica externa no primeiro mandado

Foto: Record News / Reprodução

O republicano Donald Trump retorna à Casa Branca sob a expectativa de que suas políticas devem levar uma grande transformação nos Estados Unidos, na economia internacional e na geopolítica. O Brasil, que não é uma ilha, pode ser impactado direta ou indiretamente por essas medidas. As principais medidas de Trump com impacto nas economias americanas são as tarifas sobre produtos importados, a deportação em massa de imigrantes ilegais, o corte de impostos corporativos, a desregulamentação e transformações da máquina governamental.

“O objetivo é, na avaliação do republicano e sua equipe, fortalecer a economia dos EUA, com geração de empregos e reindustrialização do país, e ressuscitar a ordem unipolar sob égide dos EUA nas relações internacionais”, comenta Leandro Manzoni, analista de economia da plataforma Investing.com.

TARIFAS

Duas vertentes serão disputadas para o uso das tarifas sob o governo Trump. Uma ala defende que elas sejam apenas um instrumento de retórica para pressionar outros países, independentemente de aliado ou adversário, para atingir outros objetivos econômicos e geopolíticos americanos.

Tomando por base o que ocorreu durante o primeiro mandato de Trump, o agronegócio brasileiro pode ser beneficiado. A adoção de tarifas de produtos chineses entre 2017 e 2020 elevou as compras chinesas de soja e milho do Brasil. “Mas, há risco de o agro não ser beneficiado caso Trump consiga um acordo similar ao que obteve no último ano de seu mandato, mas que foi atrapalhado pela pandemia: o compromisso chinês de comprar mais produtos americanos, entre os quais as commodities agrícolas”, comenta o analista.

Trump e Xi Jinping, presidente chinês demonstraram na última sexta-feira,17, um diálogo pacífico. Porém, o enfoque era a questão da continuidade da rede social chinesa TikTok continuar operando nos EUA. Mas, nada impede que esse seja a primeira aproximação de construção de um novo alinhamento geopolítico entre China e EUA.

Em relação ao comércio bilateral, o Brasil bateu recorde de exportações aos EUA, totalizando US$ 40,3 bilhões, um crescimento de 9,2% em relação ao ano anterior, segundo o Monitor do Comércio Brasil-EUA da Amcham Brasil. As exportações de bens industriais brasileiros para a maior economia do mundo atingiram US$ 31,6 bilhões. É um fluxo comercial equilibrado, com pequeno superávit para os EUA.