PM suspeito de dirigir carro usado em execução de delator do PCC em aeroporto é preso

Fernando Genauro da Silva, de 33 anos, foi detido em Osasco (SP) na manhã deste sábado

Gritzbach era alvo do PCC por supostamente estar envolvido no assassinato de dois integrantes de alto escalão da facção Reprodução/TV Record

A Polícia Civil de São Paulo prendeu na manhã deste sábado (18) um tenente da Polícia Militar suspeito de ser o motorista do carro usado pelos atiradores durante a execução de Vinícius Gritzbach, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), no aeroporto de São Paulo, em novembro do ano passado.

Segundo a polícia, Fernando Genauro da Silva, de 33 anos, foi detido em Osasco (SP) e conduzido à sede do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). Em seguida, ele será encaminhado ao Presídio Romão Gomes da Polícia Militar.

O crime

Gritzbach foi morto em 8 de novembro de 2024 na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, quando voltava de uma viagem com a namorada.

O empresário já havia feito delações em investigações sobre o PCC e era ameaçado pela facção. A vítima também já havia sido acusada de ter mandado assassinar um líder da organização criminosa – o que ele negava. Foram pelo menos 27 disparos, segundo a perícia. Gritzbach foi atingido em várias partes do corpo, como cabeça, tórax e nos braços. O ataque ocorreu por volta das 16 horas. Dois motoristas de aplicativo e uma passageira que desembarcava no local também foram atingidos pelos tiros.

A vítima

Gritzbach era um jovem corretor de imóveis da construtora Porte Engenharia quando conheceu o grupo de traficantes de drogas de Anselmo Bechelli Santa Fausta, o Cara Preta. Foi a acusação de ter mandado matar Cara Preta, em 2021, que motivou a primeira sentença de morte contra ele, decretada pela facção.

Após sequestrá-lo, os bandidos, no entanto, decidiram soltá-lo. Para a polícia, o motivo era o fato de quer só Gritzbach sabia as chaves para o resgate das criptomoedas – matá-lo, seria perder o dinheiro para sempre. Em setembro de 2023, ele negociou um acordo de delação com os promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate (Gaeco), que concordou com a proposta. O acordo foi homologado pela Justiça em abril de 2024. Na delação, falou sobre envolvimento do PCC, a maior organização criminosa do País, com o futebol e o mercado imobiliário. O empresário também deu informações sobre os assassinatos de líderes da facção, como Cara Preta e Django.