Monitor do PIB aponta crescimento de 0,6% em novembro, diz FGV

Em termos monetários, estima-se que o PIB acumulado até novembro tenha sido de R$ 10,7 trilhões

Crédito: Assintecal/Divulgação

O crescimento da economia em novembro em 2024, em comparação a outubro, é resultado do bom desempenho da agropecuária e da indústria. Embora a indústria de transformação tenha ficado estagnada, a indústria extrativa, a construção e os serviços de eletricidade e relacionados cresceram de forma robusta. No setor de serviços, observou-se estagnação pelo segundo mês consecutivo; mesmo padrão observado no consumo das famílias. Em termos monetários, a estimativa é que o PIB acumulado até outubro, em valores correntes, tenha sido de R$ 10,7 trilhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 17, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGVIbre).

“Os principais destaques positivos da ótica da demanda são os investimentos (formação bruta de capital fixo) e as exportações. O crescimento dos investimentos em novembro é, em parte, uma recuperação da forte queda ocorrida em outubro, já as exportações cresceram fortemente após terem apresentado taxas negativas ou de crescimento muito baixas em 2024. Esses resultados mostram que o crescimento forte e disseminado da economia persiste, embora algumas sinalizações de possível esgotamento em alguns segmentos, como o setor de serviços e o consumo das famílias possam dar indícios de certa dificuldade em manter o forte ritmo de crescimento que vinha sendo observado nesses componentes do PIB”, segundo Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.

A análise dos componentes da demanda foi realizada na série trimestral interanual por apresentar menor volatilidade do que as taxas mensais e aquelas ajustadas sazonalmente, permitindo melhor compreensão da trajetória. O desempenho do consumo das famílias segue sendo de forte crescimento, embora, pela primeira vez, desde maio de 2024, o crescimento da taxa trimestral móvel tenha desacelerado.

CRESCIMENTO

O expressivo crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) é principalmente explicado pelo desempenho do segmento de máquinas e equipamentos, porém, todos os componentes contribuíram positivamente para o resultado da FBCF. Apesar disso, nota-se redução do crescimento comparado as taxas dos meses anteriores. O segmento de máquinas e equipamentos manteve contribuição similar, contudo, os segmentos da construção e de outros da FBCF reduziram suas contribuições positivas.

Após um ano de clara tendência de desaceleração, as exportações cresceram 4,4% no trimestre móvel findo em novembro; a maior taxa desde o trimestre móvel findo em abril de 2024. Os bens de consumo e os bens intermediários foram os principais segmentos a colaborarem para a manutenção da variação das exportações em terreno positivo, que não foi maior devido ao desempenho negativo das exportações de produtos agropecuários que atenuou esse crescimento.

O expressivo crescimento da importação é resultado do crescimento em todos os seus segmentos. Destaca-se que apenas a importação de bens intermediários que respondeu por metade do crescimento das importações. Apesar disso, nota-se um menor crescimento trimestral móvel observado em novembro do que o registrado em outubro. O que explica essa redução do crescimento são as importações de serviços, que embora ainda cresçam, diminuíram em termos de magnitude.