Depois de cinco dias de alta, quando subiu 5,20% no maior aumento nominal da história, o dólar fechou a sessão desta quinta-feira, 19, em queda de 2,27%, a R$ 6,12, após uma intervenção histórica do Banco Central no mercado de câmbio pela manhã. As mínimas do dia, quando a divisa operou a R$ 6,10, foram estimuladas à tarde, com a votação do pacote fiscal na Câmara dos Deputados.
A menor cotação só foi atingida graças a dois leilões de dólar realizados pelo Banco Central do Brasil (BC) para aumentar a oferta da moeda no país e conter a desvalorização do real, a maior intervenção da autoridade monetária em 25 anos. O primeiro leilão, por volta das 9h30, vendeu US$ 3 bilhões, e o segundo, de mais US$ 5 bilhões, as 10h35.
Com o resultado do alcançado, o Banco Central anunciou que fará nova oferta na manhã de sexta-feira em dois leilões de linha (com compromisso de recompra) e um leilão à vista. Serão US$ 7 bilhões, que vão totalizar cerca de 27,75 bilhões de dólares vendidos ao mercado desde a quinta-feira da semana passada, em uma série de intervenções no câmbio.
DESPEDIDA
O mercado também reagiu positivamente a comentários do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, sobre a inflação e o mercado de câmbio, e também a avanços do pacote fiscal do governo no Congresso. Segundo ele, não houve “ataque especulativo” contra o real. Já o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, avaliou que houve uma saída extraordinária de recursos do país justificando a intervenção da instituição no mercado. Gabriel Galípolo, o futuro chefe da autoridade monetária, disse não ver “ataque especulativo” contra o real.
Junto com a disparada do dólar e dos juros futuros, houve a forte queda no valor das empresas brasileiras listadas na Bolsa: em dez dias, o valor de mercado das 367 companhias listadas na B3 encolheu R$ 173 bilhões. Em 29 de novembro, as empresas da Bolsa valiam, no conjunto, R$ 4,34 trilhões. Ontem estavam cotadas a R$ 4,16 trilhões.