O desempenho da indústria de transformação brasileira se manteve estável em 2023 em relação ao ano anterior. De acordo com o estudo Desempenho da Indústria no Mundo, divulgado nesta quarta-feira (18) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil manteve a posição e a participação no ranking internacional, tanto nas exportações (30º lugar) quanto na produção (16º lugar). Os resultados representam uma mudança na tendência de crescimento das exportações registradas nos anos anteriores, além de uma estabilidade na produção industrial após as quedas registradas a partir da década de 1990.
Segundo a análise, os indicadores foram pressionados por um cenário externo mais restritivo para as exportações da indústria de transformação entre 2022 e 2023. O desaquecimento da economia global e a diminuição no ritmo dos fluxos comerciais causaram estabilidade no desempenho das exportações, e as restrições monetárias impactaram a produção industrial.
“Para reverter a tendência de desindustrialização acelerada e de primarização da pauta exportadora, é essencial avançarmos em uma agenda estratégica de competitividade e de integração internacional. Isso vai possibilitar um crescimento econômico e promover mais empregos e renda”, avalia a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.
RANKING DE EXPORTAÇÕES
Sem mudanças em 2023, as exportações de bens da indústria de transformação brasileira marcaram uma participação no cenário internacional de 0,92%, o mesmo percentual de 2022, segundo a estimativa da CNI. Por isso é esperado que o Brasil mantenha a 30ª posição no ranking mundial de exportações, atrás de países como Rússia e Áustria. Em 2003, o país ocupou a 20ª colocação.
Também inalterada em 2023, a participação do Brasil na produção mundial de bens da indústria de transformação se manteve em 1,22%, com base nos dados da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido). O país continuou, então, na 16ª posição do ranking global – em 2003, ocupava a 10ª posição.
CHINA
A China liderou tanto a produção quanto as exportações globais da indústria de transformação no ano passado, de acordo com o estudo. No entanto, a participação do país asiático nas exportações mundiais teve queda de 0,92 pontos percentuais em relação a 2022, mesmo com o aumento de 0,72 ponto percentual da participação na produção industrial do mundo.
Já a Alemanha e os Estados Unidos registraram quedas moderadas de 0,31 ponto percentual e 0,19 ponto percentual em relação a 2022, respectivamente. Ainda assim, ambos os países mantiveram suas posições no ranking dos maiores produtores da indústria de transformação em 2023, com a Alemanha na 4ª posição e os Estados Unidos na 2ª. Com um crescimento modesto de 0,08 ponto percentual, o Japão permaneceu na 3ª posição.