Sem receber o mês de outubro e sem previsão de pagamento dos valores devidos, os médicos prestadores de serviço que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Centro do Idoso, Feitoria, Madezatti e Scharlau, em São Leopoldo, mantêm a restrição dos atendimentos eletivos, desde 5 de dezembro. A mobilização busca chamar a atenção para a falta de regularidade nos pagamentos e de respostas tanto da empresa responsável pela contratação dos médicos quanto da terceirizada que recebe os repasses da prefeitura.
O coordenador da Região Metropolitana do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Daniel Wolff, explica que os médicos querem o cumprimento das datas de pagamento acordadas e valorização pelo trabalho realizado dentro das unidades. Na UBS Centro do Idoso, por exemplo, são mais de 1,1 mil pacientes atendidos por mês, onde são realizados serviços como biópsias de pele, pequenos procedimentos cirúrgicos, acupuntura, plano terapêutico singular, interconsultas, infiltrações, entre outros.
“A situação é preocupante, considerando que esta UBS já deixou de atender cerca de 320 pacientes desde o início do movimento. Esses atendimentos são essenciais para evitar encaminhamentos desnecessários ao setor secundário e para reduzir custos ao município. Além disso, a unidade é também campo para a residência em Medicina de Família e para os internos da graduação em Medicina, o que torna ainda mais urgente a resolução da situação”, afirma.
De acordo com Wolff, a troca de gestão na Prefeitura agrava ainda mais a situação, em um cenário de incertezas vividos desde a substituição dos médicos por profissionais que fazem parte do Programa Mais Médicos, do governo federal. “A instabilidade causada por essas mudanças administrativas reflete na qualidade do atendimento prestado, pois traz preocupações aos profissionais, que dependem desses pagamentos para honrar os seus compromissos financeiros”, concluiu.
A Prefeitura de São Leopoldo foi procurada, mas ainda não se manifestou.