Governo reduz previsão de déficit primário de 2024 em R$ 1 bilhão

A diferença positiva é justificada pela nova previsão de receitas com o programa Desenrola Agências Reguladoras

A meta para este ano é obter um resultado neutro, de 0% do PIB. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O Relatório Extemporâneo de Receitas e Despesas, divulgado pelo Ministério do Planejamento na noite de sexta-feira (29) trouxe uma revisão da projeção de déficit primário para o ano, que passou para R$ 27,746 bilhões, próximo ao piso da meta que é de R$ 28,756 bilhões. A meta para este ano é obter um resultado neutro, de 0% do PIB, conforme estabelecido pelo novo marco fiscal. A nova regra prevê uma tolerância de 0,25 ponto porcentual, para mais ou para menos.

O novo resultado é um pouco melhor do que o projetado no Relatório do 5º bimestre, divulgado em 22 de novembro, que trazia déficit primário de R$ 28,737 bilhões como resultado do ano. A folga entre as duas projeção é de R$ 989,8 milhões.

A diferença positiva é justificada pela nova previsão de receitas com o programa Desenrola Agências Reguladoras. No relatório do 5º bimestre, o governo retirou a arrecadação de R$ 4 bilhões com a ação. Neste documento extemporâneo, a pasta decidiu mudar a projeção após informação enviada pela PGF (Procuradoria-Geral Federal) “acerca da previsão de ingresso de recursos do programa”.

O relatório aponta que “indicou-se alta probabilidade de ingresso de recursos no montante aproximado de R$ 2,7 bilhões ainda no ano de 2024. Essa é, portanto, a única alteração relativa a receitas primárias em relação às estimativas apresentadas no Relatório do 5º bimestre, constituindo o principal fator que contribuiu para a redução do déficit primário observado para o cumprimento da meta”, diz o texto .

O documento também trouxe uma pequena revisão de créditos extraordinários que não são computados para o resultado primário: os gastos com a calamidade no Rio Grande do Sul, emergência climática e acórdão do Tribunal de Contas da União para despesas pretéritas do Judiciário. Esses créditos agora somam R$ 36,679 bilhões, ante R$ 36,566 bilhões do relatório divulgado há uma semana, uma diferença de R$ 112,7 bilhões.

Com isso, o resultado primário abaixo da linha, como na metodologia do Banco Central, ficou com um déficit projetado para o ano de R$ 64,426 bilhões. Na semana anterior, o relatório indicava déficit de R$ 65,303 bilhões para o ano.