Portos RS reafirma que início da dragagem no Canal Itapuã deve ocorrer nesta semana

Após anúncio da possibilidade de anúncio, medida foi vista com ceticismo pela Praticagem da Lagoa dos Patos

Navios EVA Shanghai e Mount Taranaki fundeados no canal de Itapuã, na Lagoa dos Patos | Foto: Geraldo Almeida / Especial / CP

A Portos RS voltou a afirmar que a dragagem do Canal Itapuã, onde os navios Mount Taranaki e EVA Shanghai continuam fundeados desde o final de outubro, deve iniciar até o final desta semana. Na última terça-feira (19), o diretor de Infraestrutura da Portos RS, Lucas Cardoso, disse que até quinta-feira (21) a empresa pública teria um posicionamento concreto sobre o dia de início dos trabalhos. Após ser vista com ceticismo por profissionais relacionados ao setor hidroportuário, como a praticagem da Lagoa dos Patos, a empresa a pública gaúcha que atua como a autoridade portuária reiterou a previsão de início para esta semana.

O início seria possível graças à assinatura do contrato com a empresa que será responsável pela assinatura execução da dragagem, embora esta informação ainda não tenha sido confirmada pelas partes envolvidas. A Portos RS explicou que o anúncio da assinatura, quando for concretizada, será realizado pela Secretaria de Logística e Transportes. Procurada, a pasta informou que ainda não possui a informação da assinatura.

Na semana passada, o governo do Estado havia liberado R$ 731 milhões para remoção dos acúmulos dos materiais trazidos pelas enchentes, bem como a dragagem de mais de 320 quilômetros de vias interiores, além da batimetria e restauração de profundidades.

A dragagem emergencial é vista como fundamental para a remoção dos navios do canal, já que as chuvas, até o momento, frustraram os planos de retirada natural das embarcações. A remoção artificial dos sedimentos, assim, é considerada a melhor alternativa para reduzir a extensão do problema.

Atualmente, a falta da dragagem faz com que navios com calado igual ou superior a cinco metros não consigam circular por Itapuã, provocando efeitos em toda a navegação interior gaúcha. Somente os prejuízos com seis navios parados há mais de 15 dias são estimados em cerca de R$ 100 milhões e, diariamente, o valor aumenta.

No início desta semana, o diretor da Praticagem da Lagoa dos Patos, Geraldo Almeida, afirmou que somente de sobrestadia já eram mais de R$ 35 milhões. “Somando (ainda) o prejuízo das empresas que não estão podendo embarcar seus produtos. É uma conta difícil de mensurar. Outros navios terão que mudar o porto, porque Porto Alegre não tem condições de recebê-los”, afirmou. A sobrestadia, também conhecida como demurrage, é o valor a ser pago ao armador, no momento da partida, quando ocorre atraso no carregamento ou descarregamento do navio.