Uma ofensiva deflagrada nesta quarta-feira resultou na prisão de 17 pessoas, incluindo um homem apontado como líder de facção, no Rio Grande do Sul. Com efetivo de 102 policiais, as diligências tiveram como alvo os suspeitos de envolvimento em um esquema que movimentou, ao longo de cinco anos, mais de R$ 770 milhões. O montante seria oriundo do tráfico de drogas.
A chamada Operação Privilege somou 75 integrantes da Polícia Federal, 12 policiais rodoviários federais (PRF), 10 soldados da Brigada Militar e cinco agentes da Polícia Civil. O esforço decorre da Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado do RS (FICCO/RS), iniciativa composta por diversas instituições e que integra o Plano de Enfrentamento à Criminalidade Violenta, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
De acordo com a investigação, há um grupo de operadores financeiros que recolhia dinheiro em espécie de facções gaúchas, no Vale dos Sinos e na Fronteira Oeste, com o objetivo de maquiar os valores através de empresas de fachada. O esquema teria alcance nacional, sendo coordenado por um doleiro em São Paulo.
Os relatórios da inteligência financeira da PF apontam que a quadrilha com base no Vale do Sinos utilizava revendas automotivas, empresas de reciclagem, lanchonetes, entre outros empreendimentos, para lavagem de capitais. Nesta manhã, a operação bloqueou R$ 73 milhões em contas bancários de laranjas vinculados ao grupo criminoso.
Em solo gaúcho, mandados prisão e buscas foram cumpridos em Estância Velha, Novo Hamburgo, Taquara, Portão, São Borja, Charqueadas, Caxias do Sul e Sapucaia do Sul. As diligências ainda englobaram Rio de Janeiro e São Paulo, além de Praia Grande e Franca, também no estado paulista.
Um homem de 52 anos, conhecido como Paulo Gordo, está entre os presos na operação. O suspeito, que é apontado como uma das principais lideranças do crime organizado no Vale do Sinos, foi detido em Portão.