A possibilidade de inundação em Porto Alegre a partir do temporal desta quinta-feira fez o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) reforçar a fiscalização na comporta 14, na avenida Voluntários da Pátria, na área central, que conta com sacos de areia em sua entrada desde as enchentes de maio. Na ocasião, ela se rompeu, causando grande parte dos alagamentos vistos em áreas da zona Norte.
De acordo com o órgão, mesmo com a chuvarada, não há indicativo de cheia no Guaíba, ou seja, as demais comportas do sistema de proteção contra cheias não devem ser acionadas. Ainda conforme o Dmae, todas as Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebaps) seguem funcionando, e geradores estão instalados nas casas de bombas. Também 500 quilômetros da rede de escoamento foram afetados pela inundação de maio, dos quais cerca de 270 quilômetros foram revisados e restabelecidos.
Entre os locais afetados por alagamentos, estiveram o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) e o Hospital Sanatório Partenon, o que fez o Sindicato dos Servidores de Nível Superior (Sintergs) pedir providências. A entidade afirma que não descarta pedir intervenção a ambos ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) disse que dez salas do CEVS precisaram passar por reparos, e os servidores foram realocados para os andares inferiores para continuarem trabalhando.
Ainda conforme a SES, no Hospital Psiquiátrico São Pedro, houve goteiras em algumas salas, sem danos materiais. No memorial da instituição, a secretaria afirma estar com um projeto para reparo no telhado. “No setor de almoxarifado já foi licitada a obra e em breve será trocado o telhado por inteiro. A SES também solicitou a poda das árvores para que as folhas não entupam as calhas nos telhados.”, salientou a secretaria.
A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) orientou a população a entrar em contato com o telefone 156 em caso de perda de placas na enchente. O órgão disse que já recuperou algumas na atual ocorrência de temporal, nesta semana. As peças localizadas estão disponíveis na sede do órgão, na rua João Neves da Fontoura, número 7, bairro Azenha, com retirada das 9h às 16h. A EPTC afirma que não vai registrar infrações por falta de placa dianteira, até 72 horas depois de constatado o término do evento climático.
No entanto, motoristas devem fazer boletim de ocorrência em uma delegacia de Polícia Civil, ou por meio da plataforma Delegacia Online. Com o BO em mãos, o cidadão deve procurar um Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA) do DetranRS para solicitar autorização de fabricação de uma nova placa. No primeiro semestre deste ano, mais de cem placas perdidas na enchente foram entregues aos seus proprietários.
Enquanto isso, no Litoral Norte, a chuva não afetou tanto as localidades nesta quinta quanto em outros locais do Estado, segundo as Defesas Civis locais. Ainda assim, em Tramandaí, por exemplo, os órgãos seguiam com a distribuição de lonas e telhas a famílias de 32 casas afetadas no bairro Jardim Atlântico. Municípios como Osório e Cidreira também registraram transtornos.