A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira, a Operação Niflheim. Com apoio da Receita Federal, ação visou desarticular três grupos criminosos que atuam no mercado de criptoativos na Serra gaúcha e em outras três regiões do país. Sete pessoas foram presas e houve o bloqueio de R$ 9 bilhões, em contas bancárias e moedas online.
Foram cumpridos 19 mandados de busca e oito ordens de prisão em Caxias do Sul, São Paulo, Fortaleza e Brasília. Os alvos são suspeitos de lavagem de dinheiro e do envio de divisas para o exterior, tendo como principais destinos os Estados Unidos, Emirados Árabes e China.
A investigação começou em setembro de 2021, quando foi identificada a atuação dos grupos criminosos em diversas camadas de operações financeiras. A partir da origem ilícita dos recursos, oriundos principalmente do tráfico de drogas e do contrabando, os suspeitos utilizavam empresas de fachada para dificultar o rastreamento do dinheiro pelas autoridades.
Ainda conforme a PF, ao receber os valores, os grupos se encarregariam do envio dos recursos para o exterior por meio de criptoativos. Desde o começo da investigação, a suspeita é que mais de R$ 55 bilhões foram movimentados.
Os investigadores destacam que os três grupos alvo da Operação Niflheim atuam de forma organizada e mantêm relações entre si, podendo ser vistos como uma única organização criminosa. Os líderes do esquema atuam a partir da cidade de Caxias do Sul e de Orlando, na Flórida.
A operação foi denominada Niflheim, da Mitologia Nórdica “Lar da Névoa”, em alusão a atuação dos grupos investigados, que operam por meio de transações financeiras obscuras. Os delitos combatidos foram lavagem e ocultação de bens, crimes contra o sistema financeiro nacional, falsidade ideológica, associação criminosa, organização criminosa e crimes contra a ordem tributária.