Seca avança em 15 estados e impacta a agricultura e o fornecimento de energia

Segundo dados do Monitor de Secas, apenas os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina estão livres de seca

Seca se agravou no Brasil entre junho e julho, mostra dados da ANA Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A seca se intensificou em todas as regiões do país entre junho e julho, com registros de seca extrema em estados da região Norte. Os dados são do Monitor de Secas da ANA (Agência Nacional de Águas), que mostram que todas as regiões têm registro de seca e que em 15 estados o fenômeno ficou mais severo de um mês para o outro. O cenário dificulta a navegação, o fornecimento de energia elétrica e prejudica a produção de alimentos.

Segundo os dados da ANA, de junho para julho a seca avançou no Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Em cinco unidades da Federação, se estabilizou: Amapá, Ceará, Distrito Federal, Maranhão e Pernambuco. Somente dois estados seguiram livres de seca em julho: Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Entre os estados, o Amazonas teve a maior área atingida pela seca em julho, seguido por Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Bahia. No total, entre junho e julho, a área afetada pela seca aumentou de 5,96 milhões de km² para 7,04 milhões de km², o que representa 83% do território do Brasil. Isso significa que, nesse período, a área com seca cresceu em 1,1 milhão de km².

Nível extremo

A situação é mais crítica no Norte do país. Segundo o SGB (Serviço Geológico do Brasil), a seca na região atinge níveis históricos por toda a Bacia do Rio Amazonas. Além das mínimas históricas nos rios Solimões e Madeira, as cotas estão abaixo da faixa da normalidade e continuam a descer também nos rios Negro, Acre e Amazonas.

Os rios da Bacia do Rio Paraguai, na região do Pantanal, que abrange municípios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, também seguem em ritmo de descida. Em algumas localidades, os valores já estão entre as mínimas históricas, e o cenário tende a se agravar diante das previsões de baixo volume de chuvas.