A cheia de maio no Rio Grande do Sul ocasionou prejuízos para as atividades agropecuárias e para a infraestrutura do estado, refletindo na redução de 40,45 mil cabeças de bovinos abatidas no 2° trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período do ano anterior. O dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 5, sendo que no comparativo anual, abril apresentou alta de 6,1% nos abates de bovinos, porém maio e junho apresentaram retrações de, respectivamente, 19,8% e 16,8% no volume de cabeças de bovinos abatidas.
“As enchentes afetaram a produção e principalmente a logística e infraestrutura do estado, pois não permitiram escoar os produtos e levar os animais para o abatedouro, gerando um problema logístico que afetou a cadeia”, explicou o porta-voz da pesquisa.
Para os suínos, apesar do aumento de 23,10 mil cabeças abatidas no Rio Grande do Sul no 2º trimestre de 2024, o estado registrou o menor patamar de atividade dos últimos 4 anos para o mês de maio. “O abate de suínos cresceu no estado comparado com o ano anterior, influenciado pelos resultados de abril. Já de abril para maio, houve uma queda acentuada”, reiterou supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi.
FRANGOS
Em relação ao abate de frangos, a pesquisa registrou o melhor mês de abril da série histórica, porém, no Rio Grande do Sul, nos meses de maio e junho, o volume de cabeças de frangos abatidas foi o menor nos últimos 12 anos. O Rio Grande do Sul respondeu por 6,5% da produção nacional de ovos de galinha, ocupando o 5º lugar do ranking das unidades da federação.
Apesar das enchentes, o estado apresentou alta de 2,4% na comparação anual, influenciado pelo resultado de abril (+8,5%). Porém, em maio, mês em que os efeitos da cheia foram mais impactantes, a produção sofreu retração de 1,5% frente ao mesmo mês do ano anterior e de 1,7% em comparação a abril de 2024. Em junho, o total de ovos produzidos apresentou alta de 0,6% na comparação anual e queda de 4,1% em comparação ao mês precedente.
As cheias também impactaram a cadeia do couro, que refletiu na queda de 71,29 mil peças adquiridas (-5,6%) nesse estado. Em relação à aquisição de leite, o Rio Grande do Sul apresentou a maior retração do período entre os estados (-72,56 milhões de litros).