Após décadas de intervenções administrativas e judiciais, a demolição do prédio galeria XV de Novembro iniciou na manhã desta quarta-feira. Conhecido como Esqueletão, a construção de 13 mil metros quadrados está localizada entre as ruas Marechal Floriano Peixoto e Otávio Rocha, no Centro Histórico de Porto Alegre.
A empresa encarregada do serviço é a FBI Demolidora e a previsão de término é em dezembro. A remoção da edificação que possui 19andares, tem um custo de R$ 3,79 milhões.
A demolição estava embargada desde fevereiro deste ano pela Superintendência de Porto Alegre do Ministério do Trabalho e Emprego que identificou irregularidades nas condições dos trabalhadores. Observações e ajustes no projeto foram realizadas, e agora a obra segue com a supervisão contínua da superintendência.
O secretário de Obras e Infraestrutura de Porto Alegre, André Flores, declarou que o dia é um marco histórico para Porto Alegre. E ressaltou que há um laudo da UFRGS afirmando que há um risco de colapso do prédio. “Não imediato, mas com o tempo ele vai acabar colapsando e corre o risco”, disse. O secretário afirmou que a expectativa é seguir o cronograma de quatro meses para a conclusão do processo.
O engenheiro Luiz Carlos Keim explicou que dez andares precisam ser demolidos de forma mecânica manual e nove podem ser implodidos. Desta forma, a demolição será realizada em três etapas: A demolição mecânica manual dos quatro andares inferiores, que deverá ser realizada em 40 dias. A continuação da remoção na forma mecânica manual das seções superiores que não foram demolidas. E finaliza com a implosão. Segundo Luiz Carlos, a instalação do elevador está programada para ocorrer após a remoção dos quatro andares inferiores.
Uma das preocupações dos lojistas do entorno do prédio é sobre a retirada dos entulhos e se, de alguma forma, o trânsito no local será prejudicado. De acordo com o secretário, existem licenciamentos ambientais e que será realizada a separação dos materiais e a destinação correta. Ele garante que a prioridade será para a retirada dos resíduos no turno da noite, com a mínima intervenção no trânsito possível.
“Nós não temos a expectativa de fazer nenhuma modificação no trânsito durante as obras. Quatro vezes por dia e sempre à noite, quando os caminhões forem sair daqui com o material, a EPTC vai trancar a Marechal Floriano, uma quadra, por alguns minutos, e o caminhão sai na contramão em direção a voluntários”, explicou.
O esqueletão começou a ser construído em 1950 e nunca foi finalizado. Segundo os cálculos da prefeitura, a dívida de IPTU gira entorno de R$ 4 milhões. O secretário da Smoi explicou que ainda não há uma determinação judicial sobre a questão da dívida do imposto e o custo da demolição. “Há uma determinação de que ocorra a demolição. Depois vai ser feito um ajuste de contas entre o que a prefeitura gastou e o que o prédio deve. Ainda não há uma decisão. Caberá ao juízo desse processo”, disse.