PF indicia 17 pessoas e aponta envolvimento do PCC em assalto a aeroporto de Caxias do Sul

Crime ocorrido em junho foi dividido em quatro etapas e contou com participação de facção paulista

Polícia Federal anunciou, nesta segunda-feira, a conclusão do inquérito sobre o assalto ao Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Houve a identificação de 19 pessoas envolvidas no caso, sendo que 17 foram indiciadas e outras duas morreram em confronto com forças policiais no Rio Grande do Sul e em São Paulo. O crime, que ocorreu no último dia 19 de junho, teria participação do grupo paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).

Foram 70 dias de apurações no escopo da chamada Operação Elísios, que contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal, Brigada Militar e Polícia Penal. As diligências somaram 12 suspeitos presos preventivamente e um detido em prisão temporária. O demais investigados cumprem medidas cautelares, como o comparecimento na delegacia e em juízo sempre que solicitado, vedação de modificar endereço residencial sem autorização e horário de recolhimento em casa.

Também ocorreu o cumprimento de 12 mandados de busca e o sequestro de 26 veículos. Além disso, a PF ainda representou à Justiça Federal pelo sequestro de 19 contas bancárias e quatro imóveis.

A investigação aponta que faccionados de São Paulo chegaram ao Rio Grande do Sul dias antes do episódio e contaram com o apoio de criminosos gaúchos para a execução do assalto. O plano foi dividido em quatro etapas, sendo planejamento, execução, fuga e exfiltração, que é a transferência ilegal de valores.

O estratagema criminoso, ainda segundo a PF, também passou pelo custeio e transporte de armamento de guerra, como fuzis, pistolas, munições, explosivos, aparelhos telefônicos, chips, radiocomunicadores, roupa táticas, veículos, placas falsas, plotagem de carros, hospedagens e esconderijos.

Os investigados vão responder por latrocínio, falsificação de símbolo, explosão, falsificação de identidade, adulteração veicular, usurpação de função pública, posse de arma de uso restrito, lavagem de dinheiro, organização criminosa com arma de fogo e embaraço à investigação de organização criminosa. As penas máximas, se somadas, podem chegar a 97 anos de prisão. Quase todos os suspeitos já respondiam por crimes dessa natureza antes do assalto em Caxias do Sul.

A Operação Elísios foi nomeada em referência aos “Campos Elísios”, que é um lugar onde os homens virtuosos repousam de forma digna após a morte, de acordo com a mitologia grega. O título da ofensiva é uma homenagem ao 2º sargento Fabiano Oliveira, morto aos 47 anos com um tiro de fuzil durante o ataque ao aeroporto.