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RS vive crise demográfica e de produtividade, explica economista

Aod Cunha falou sobre os problemas do desenvolvimento do estado na Federasul

Crédito: Sérgio González/Divulgação

Na reunião-almoço ‘Tá na Mesa’, promovida pela FEDERASUL nesta quarta-feira,21, o economista Aod Cunha alertou para diminuição da população, queda da produtividade e evasão de talentos que produzem crise no desenvolvimento do RS. Além disso, ele também defendeu unidade e foco para uma agenda comum visando mudar o futuro do estado. O presidente da FEDERASUL, Rodrigo Sousa Costa, abriu o evento contando os casos de pequenos empresários que foram duramente afetados pelas enchentes e que estão tendo dificuldades no acesso aos recursos do governo federal.

“São os responsáveis pela criação de postos de trabalho, pela segurança alimentar do RS e do Brasil e neles depositamos a esperança, pelo resgate, pela reconstrução de nosso estado. Se eles nos dizem que não estão sendo socorridos, nós temos que nos preocupar e ficar angustiados”, afirmou o presidente.

O presidente Rodrigo Sousa Costa, também respondeu ao comentário do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva do dia 16 de agosto, quando foi entrevistado no programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. “Por mais que as nossas críticas da FEDERASUL estejam incomodando o presidente Luiz Inácio, que trouxe à tona dores e mágoas de 20 anos atrás em relação a esta casa, a verdade é que as nossas críticas são respeitosas e não são vazias. Elas são fundamentadas em realidades que emergiram aqui no palco por cinco representantes de milhares de outros empreendedores, de todos os setores da economia gaúcha”, afirmou Costa.

CRISE MIGRATÓRIA

Aod Cunha iniciou a apresentação focando em explicar os motivos que fazem o RS crescer menos que nos anos 1980, sempre comparando com o estado vizinho, Santa Catarina, que demonstra os melhores números do país. Para ele, esse fenômeno se explica pela relação da baixa produtividade da mão de obra e decréscimo populacional. Cunha apresentou dados que demonstram que, “nas próximas décadas, a produtividade terá que triplicar para que cresçamos como crescemos nos últimos 20 anos”. Nos últimos anos, a população do RS decresceu 1,8%, enquanto Santa Catarina aumentou em 21,8%, por exemplo.

No RS, praticamente todas as regiões do estado apresentaram decréscimo, enquanto somente a Serra e o Litoral Norte demonstraram crescimento. Enquanto isso, os vizinhos catarinenses apresentam aumento de população por todo o estado, com destaque para a região litorânea. “São cidades nas quais a população aumentou até 60%”, explica o economista.

A saída de gaúchos também é preocupante, segundo Aod Cunha, atingindo o número de 700 mil conterrâneos que escolheram deixar o estado, no período de 2010-2022. “O nosso maior problema é a baixíssima taxa de imigração do estado, pouquíssimas pessoas vêm para cá. É um problema porque precisamos atrair pessoas”, defende.

Dados demonstrados pelo economista mostram que os indicadores de educação gaúcha vêm diminuindo desde o fim do século passado. Dados do mais recente levantamento do Ideb demonstram que o estado perdeu mais posições no ranking de avaliação da educação, com a nona colocação entre as turmas do 1º ao 5º ano, com a 11ª posição do 6º ao 9º ano e com o 10º lugar no Ensino Médio.

Para Cunha, a reconstrução do estado é um processo de longo prazo, que vai além de alguns meses, podendo levar anos. Ele destacou que a suspensão do pagamento da dívida estadual, apesar de fornecer uma folga de R$ 12 bilhões, ainda não é o bastante para reconstruir a infraestrutura e outros setores essenciais. “São várias frentes que precisam ser atendidas”.

 

 

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