Produção brasileira de cloro cresce 10% no primeiro trimestre do ano, diz Abiclor

Crescimento é justificado pelo aumento de 15% da demanda interna do produto

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De janeiro a março de 2024, a produção de cloro teve alta de 10% frente ao apurado no mesmo período de 2023. A informação foi divulgada pela Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), que representa 98% das indústrias brasileiras do setor.  A produção total foi de  286,3 mil toneladas, contra 260,2 mil toneladas registradas no primeiro trimestre de 2023.

Desse montante, a maior parte, equivalente a 260,8 mil toneladas, foi absorvida para o consumo cativo (quando o cloro é utilizado pelo próprio setor para a produção de outros químicos) direcionado à produção de dicloreatano (DCE), ácido clorídrico e hipoclorito de sódio, o que aponta um crescimento de 9,7 % no comparativo com o mesmo intervalo de meses no ano anterior. No entanto, a utilização da capacidade instalada continua baixa, em torno de 72%, bem abaixo dos índices considerados ótimos. 

A produção de soda cáustica, feita em paralelo à do cloro, teve volume também 10% maior do que o registrado no mesmo trimestre de 2023, num total de 314 mil toneladas. As vendas nacionais de soda cáustica registraram alta de 8,3%na comparação entre o mesmo período. O setor de cloro-álcalis também produz ácido clorídrico. No primeiro trimestre de 2024, a produção total foi de 67,7 mil toneladas, um crescimento de 1,5%. A maioria deste volume foi comercializado para a indústria de alimentos, papel e celulose e metalúrgicas, entre outros. Outro item relevante do setor é o hipoclorito de sódio, com um total de 20,3 mil toneladas produzidas no período mencionado, com crescimento de 5 %. 

CONSUMO DOMÉSTICO

O consumo doméstico de cloro aumentou 15% no primeiro trimestre de 2024, subindo de 355,7 mil toneladas para 409,6 mil toneladas, impulsionado pela crescente produção de PVC e pelo aumento de estoques nos produtores.   O Brasil continua a enfrentar desafios no que diz respeito às importações em virtude do excesso de estoques da Ásia, que se formaram devido a uma diminuição da demanda doméstica. O Brasil também sofreu um acréscimo de 29% nas importações de PVC e EDC, produtos cujo maior componente é o cloro. Juntos, PVC e EDC representam metade do destino da produção nacional do cloro. 

“A parte boa para a indústria nacional é que a produção de cloro cresceu, mas a parte ruim é que as importações aumentaram consideravelmente”, afirma Milton Rego, Presidente Executivo da Abiclor. “O PVC, em particular, é o produto mais amplamente utilizado globalmente derivado do cloro, e tem mostrado um crescimento robusto na demanda. O mercado de PVC no Brasil está projetado para continuar crescendo em 2024, impulsionado por programas de incentivo à construção civil e pela crescente demanda global por este material. Entretanto, a nossa indústria, apesar de operar com índices de ociosidade elevados, não consegue crescer devido à competição de produtos importados que não são produzidos em condições isonômicas, diz o executivo.