Enchentes afetaram 70% do acervo do MARGS

Instituição apresentou balanço com as ações que foram realizadas antes, durante e depois das inundações

Foto: Camila Diesel / Ascom Sedac / Divulgação

As enchentes de maio ainda afetam diversos setores e instituições no Estado. O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS) foi severamente atingido pela cheia histórica do Guaíba e, de acordo com o balanço apresentado pela instituição, 70% das obras do acervo foram atingidas de alguma forma.

A maior parte das obras é do segmento do acervo em papel (ao menos 300 fotografias, 1000 desenhos e 2400 gravuras), além de pinturas (cerca de 100), esculturas (cerca de 70) e técnicas mistas (cerca de 150). O diagnóstico ainda aponta que cerca de 4 mil itens, entre as 5,8 mil peças que compõem o acervo, foram de algum modo afetados durante a inundação, seja pelo alcance da água ou pelo efeito da umidade no interior do prédio.

De acordo com o diretor-curador do MARGS, Francisco Dalcol, milhares de obras foram salvas, incluindo aquelas consideradas mais famosas. “Mas, em termos de patrimônio, todas as obras de um acervo são igualmente importantes. A operação conduzida por especialistas nos garantiu agir prontamente com precisão e expertise nos métodos e procedimentos de salvamento e recuperação. Tudo já foi estabilizado e agora será restabelecido, com restauração nos casos em que for necessário ou, considerando especificidades de tipologia e características das obras em papel, com novas impressões”.

O museu também está entrando em contato com os mais de 700 artistas que tiveram peças afetadas e atendendo aos que consultam sobre a situação de obras de sua autoria.

O MARGS segue fechado para o público, ainda sem previsão de reabertura para visitação. A estrutura operacional foi comprometida, envolvendo computadores, equipamentos, mobiliários, recursos e materiais de trabalho e exposições, além das instalações elétrica, hidráulica, de logística, telefonia, PPCI, do sistemas de climatização e do circuito interno de câmeras.

Todas as ações de recuperação estão sendo iniciadas com patrocínio de R$ 5,6 milhões do Banrisul, juntamente a recursos do orçamento da Sedac, doações recebidas pelo Museu e iniciativas da Associação de Amigos — AAMARGS.