Após idas e vindas, o ex-prefeito Nelson Marchezan Jr. desistiu de concorrer à prefeitura de Porto Alegre. Em nota publicada nas redes sociais, o tucano agradeceu pelo incentivo e torcida nas últimas semanas e afirma que seu recuo foi em comum acordo com as lideranças partidárias.
“As coligações com os principais partidos não se concretizaram devido ao curto período até a eleição e por estratégias estaduais e nacionais dessas agremiações. O escasso tempo de rádio e TV seria um limitador importante”, explica em nota, ao justificar os motivos pelos quais sua candidatura não seria viável.
Afirma ainda que “lamenta pela cidade que enfrentará uma campanha onde, pelas características partidárias e pessoais dos candidatos, os reais problemas não serão abordados”. De forma sutil, faz críticas à atual gestão de Sebastião Melo (MDB), ao afirmar que “os reais problemas não serão abordados, muito menos as reais e possíveis soluções – grande parte delas apresentadas e executadas a partir de 2016, mas sem continuidade desde 2021”.
Ele finalizou sua manifestação desejando para o futuro prefeito que “quebre seus próprios paradigmas” e governe para as pessoas e não para os governantes.
Sem possíveis aliados no tabuleiro político de Porto Alegre, era improvável que o PSDB apresentasse um nome forte para disputar o Paço. Com a convenção marcada para este domingo, discute-se agora se o partido abrirá apoio para alguma das candidaturas postas. A opção mais viável é a recém-oficializada entre PDT e União Brasil, que terá a ex-deputada Juliana Brizola como candidata à prefeitura.
Presidente estadual do partido, a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, afirmou que, agora a sigla discutirá como irá se posicionar no cenário eleitoral de Porto Alegre e pretende chegar a uma posição antes da convenção deste domingo. Enfatizou que todas as possibilidades estão em discussão. E citou que ocorreram conversas com o PDT, por exemplo.
Confira a íntegra da nota do PSDB-RS
O PSDB do Rio Grande do Sul trabalhou muito para construir a candidatura de Nelson Marchezan à prefeitura de Porto Alegre. Nosso genuíno interesse sempre foi o de oferecer como alternativa aos porto-alegrenses um gestor que em sua experiência recente como prefeito demonstrou as inegáveis qualidades da ousadia, da coragem, da honestidade e da eficiência. Qualidades que consideramos especialmente importantes no momento vivido pela sociedade gaúcha. Lamentamos não poder apresentar esse caminho a um só tempo seguro e inovador que uma candidatura de Nelson Marchezan representaria. Entendemos e respeitamos a decisão por ele tomada e estamos convictos de que a contribuição pública inestimável que ele tem para dar a Porto Alegre, ao Rio Grande do Sul e ao Brasil está longe de se esgotar.
Paula Mascarenhas
Presidente PSDB/RS
Confira a íntegra da carta:
“Prezados amigos,
Sou muito grato pela torcida e pelas manifestações de carinho, respeito e admiração recebidas nas últimas semanas, incentivando minha candidatura a prefeito de Porto Alegre.
Agradeço também a lembrança do meu nome pelo PSDB/RS e Nacional, bem como pelos movimentos liderados pelo governador Eduardo Leite e pela presidente regional Paula Mascarenhas, que não economizaram nas referências elogiosas a mim, ao meu período na política e, em especial, à nossa gestão na Capital. Registro também o integral apoio do presidente Marconi Perillo e minha admiração pela forma como ele tem conduzido o partido neste período eleitoral.
Durante este diálogo de algumas semanas, foi mantida a transparência e total boa vontade de todos os envolvidos na construção de uma candidatura viável, que seria liderada por mim.
As coligações com os principais partidos não se concretizaram devido ao curto período até a eleição e por estratégias estaduais e nacionais dessas agremiações. O escasso tempo de rádio e TV seria um limitador importante. Nesse cenário, em comum acordo com as lideranças partidárias mencionadas, a minha candidatura a prefeito não será apresentada. Eu estou afastado das disputas eleitorais e só faria sentido retornar, mudando essa decisão pessoal, se fosse para um projeto coletivo de transformação para Porto Alegre.
Pessoalmente, lamento pela cidade que enfrentará uma campanha onde, pelas características partidárias e pessoais dos candidatos, os reais problemas não serão abordados, muito menos as reais e possíveis soluções – grande parte delas apresentadas e executadas a partir de 2016, mas sem continuidade desde 2021.
Desejo que o vencedor, quem quer que seja, quebre seus próprios paradigmas, busque conhecimentos de gestão para formar uma equipe qualificada, amplie a visão sobre a finalidade da política e se aproxime dos valores e princípios republicanos, governando para as pessoas e não para os governantes.
Abraço repleto de gratidão e esperança!”