A tão aguardada a normalização do serviço da Trensurb entre Novo Hamburgo e Porto Alegre enfrenta mais um entrave. A água do Guaíba segue a invadir as estações Mercado e Rodoviária, retardando a recuperação das estruturas.
De acordo com a estatal, As duas estruturas localizadas no Centro Histórico, que ficaram mais de 40 dias submersas, passaram por drenagem em junho. Ao todo, 7 milhões de litros de água foram retirados dos espaços e do túnel que liga a Praça Revolução Farroupilha ao Cais do Porto, onde está localizado o embarque do Catamarã.
Quem se aproxima dos acessos à Estação Mercado, na avenida Julho de Castilhos, os encontra bloqueados por tapumes. Pelas laterais, além de alguns vidros quebrados, é possível ver que as cortinas de ferro estão trancadas com correntes e cadeados, e a água cobre parte da escadaria de entrada. Sacolas e garrafas plásticas boiando, roupas e marmitas descartáveis na parte seca indicam a circulação de pessoas em situação de rua no local. Além da marca de onde a água chegou durante a inundação, evidenciada pelo barro nas paredes, um cheiro desagradável impregna o ar.
Segundo informou a assessoria de imprensa da Trensurb, a água do Guaíba voltou a acumular nas estações Rodoviária, Mercado e no túnel. Por estarem localizados no subsolo, assim como a Estação Rodoviária, a proteção destes espaços é feita por um sistema de bombas, desativado porque a energia elétrica ainda não foi religada.
“A Estação Mercado passou por drenagem, em parceria com a Petrobras, em junho, porém, devido a ficar abaixo do nível do Guaíba e estar sem energia para ativação de suas bombas, voltou a ter entrada de água. O esgotamento está condicionado à religação das bombas, que depende da energia”, diz a nota enviada.
Ainda segundo a comunicação da estatal federal, a religação da energia elétrica estava prevista para o último fim de semana, porém os técnicos da empresa concessionária do serviço solicitou adequações. “As modificações pedidas pela CEEE Equatorial estão em curso e devem ser concluídas até o fim desta semana”, projeta a Trensurb.
A CEEE Equatorial foi procurada pelo Correio do Povo e não se manifestou até o momento desta publicação. O posicionamento da empresa será acrescentado assim que enviado à reportagem.
Retorno ao Centro indefinido
Ainda não há previsão para o retorno das operações da Trensurb no trecho em Porto Alegre. A estatal deu por concluída a limpeza da área submersa no entroncamento da rua Voluntários da Pátria com a avenida Sertório, no bairro Navegantes, onde bancos de areia, água e lixo cobriam inclusive os trilhos. No entanto, é necessária a recuperação da via e demais equipamentos avariados, subestações de energia, além das limpezas e reparos nas estações do Centro Histórico.
A previsão para que a circulação entre as estações de Canoas e Farrapos seja retomada é de 150 dias, tempo necessário para reparar a subestações avariadas. A Estação São Pedro, também atingida pela enchente, mas que fica acima do nível do Guaíba, passou pelo processo de limpeza e desinfecção e recebe reformas.