A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) iniciou, nesta quarta-feira, mais uma fase da Operação Mute. De acordo com a pasta, que integra o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o objetivo é localizar e retirar celulares de 107 unidades prisionais espalhadas em todo o Brasil. A ofensiva soma policiais penais federais e estaduais, e se estenderá até sexta-feira.
No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) não revelou quantas nem quais unidades recebem a ação, mas confirmou que as diligências ocorrem no sistema penitenciário gaúcho.
Essa é a quinta fase da Operação Mute. Somando o resultado das quatro fases anteriores, a expectativa é ultrapassar a marca de quatro mil celulares apreendidos. Ainda no acumulado das etapas anteriores, o número de policiais penais envolvidos na ofensiva alcança a marca de 16,7 mil, com atuação em 350 unidades prisionais, que juntas registram massa carcerária superior a 300 mil pessoas.
O secretário de Sistemas Penal e Socioeducativo, Luiz Henrique Viana, reforça a importância da realização constante de operações nas unidades prisionais para reduzir os índices de criminalidade.
“A Polícia Penal efetua um trabalho fundamental para garantir mais segurança à sociedade. Com frequência, são realizadas revistas em diversas unidades prisionais do Estado, para retirar materiais ilícitos de dentro das celas. Essa iniciativa faz parte de uma série de esforços do governo do Estado para combater o crime organizado”, afirma Viana.
A Operação Mute tem como foco revistas em pavilhões e celas. Isso porque os aparelhos celulares são as principais ferramentas utilizadas pelo crime organizado para coordenação de crimes e o consequente avanço da violência nas ruas.
Fases anteriores
A quarta fase da operação foi deflagrada entre os dias 24 e 26 abril, quando as apreensões somaram 3.775 celulares recolhidos em todo o sistema penitenciário nacional. Em solo gaúcho, foram 133 aparelhos telefônicos localizados em quatro locais, sendo o Complexo Prisional de Canoas e as penitenciárias estaduais de Porto Alegre, Caxias do Sul, e Santa Maria.
A terceira fase da ação ocorreu de 31 de janeiro a 2 de fevereiro, resultando na apreensão de 631 telefones em presídios Brasil afora. No RS, as revistas foram feitas no Complexo Prisional de Canoas, na Penitenciária Modulada Estadual de Montenegro e na Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul, somando 75 celulares apreendidos.
No final do ano passado, entre os dias 12 e 15 de dezembro, a segunda fase da Operação Mute foram 1.294 aparelhos celulares localizados no Brasil, sendo 391 no RS. Na ocasião, as ações foram realizadas na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires e na Penitenciária Modulada Estadual de Osório.
A primeira etapa da ação também foi realizada em 2023, de 16 a 27 de outubro. Foram 1.166 celulares apreendidos no Brasil. No RS, a ação teve como alvo a Penitenciária Estadual de Porto Alegre, Presídio Regional de Bagé, as penitenciárias moduladas de Montenegro e Ijuí e Osório, e por fim, mais três casas prisionais em Santa Maria, sendo a penitenciária estadual, o presídio regional e o instituto penal, onde há cumprimento de penas em regime semiaberto. O total de apreensões no estado não foi divulgado na ocasião.