Porto Alegre ingressa na semana do início das convenções marcada por incertezas e indefinições. No próximo sábado, se inicia o período das convenções partidárias, quando, entre 20 e 31 de julho, os partidos definem suas chapas para concorrer às prefeituras, oficializam apoios caso não participem da majoritária e apresentam suas nominatas de candidatos a vereador. Nesta segunda-feira, que antecede os encontros, apenas uma chapa está definida na Capital.
Maria do Rosário será a candidata do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para concorrer ao Executivo porto-alegrense. Os petistas buscam retomar, após 20 anos, o Paço Municipal que comandaram durante quatro mandatos consecutivos. Para isso, repetem a dobradinha das eleições de 2022 para o Palácio Piratini com o PSol, que indicou Tamyres Filgueira para ser candidata a vice-prefeita.
A semana será de intensas negociações entre os partidos. Será “uma loucura”, como definiu um dos pré-candidatos à reportagem. Sem se identificar, falou que os dirigentes partidários estão “olhando para os lados”, atentos às movimentações das demais siglas.
A campanha de Sebastião Melo (MDB) à reeleição é marcada por expectativa em relação à vice-candidatura. A bola está com o PL. O partido tem a preferência pela vaga e o presidente municipal, deputado federal Luciano Zucco, trabalha para indicar um nome ao prefeito. Diversos quadros já foram ventilados e a pessoa a preencher o espaço deixado pelo atual vice Ricardo Gomes (ex-PL, sem partido) permanece um mistério.
Outro mistério é o destino do PSDB. O partido do governador do Estado sondou várias possibilidades ao longo do ano e esbarrou em resistências. O novo nome é um velho conhecido dos porto-alegrenses: Nelson Marchezan Júnior. O ex-prefeito, que não conseguiu se reeleger, ficando atrás de Melo e Manuela D’Ávila (PCdoB) em 2020, já diminui a resistência e começa a dar indícios de que pode voltar a figurar nas urnas.
Demais pré-candidatos estão sem vice. É o caso de Felipe Camozzato, do Novo, que tem convenções marcadas para o dia 27 de julho. Any Ortiz é o nome do Cidadania, mas o partido está federado com o PSDB e refém do limbo tucano. Fabiana Sanguiné é pré-candidata do PSTU, mas não anunciou vice nem conta com apoios externos.
A aliança entre PDT e União Brasil está bem encaminhada e uma pesquisa interna deve basear a escolha para a cabeça de chapa dentre as opções colocadas à mesa: Juliana Brizola e Thiago Duarte, respectivamente.
Uma outra grande incógnita também é o Republicanos, partido que ainda não definiu seu futuro nas eleições porto-alegrenses e tem sido procurado por legendas com pré-candidaturas para possível aliança.
Mesmo partidos que já divulgaram lados na disputa têm sido sondados: é o caso de PP, Podemos, PRD e SD, que, apesar de terem declarado apoio à reeleição de Melo, ainda despertam interesses. O PP da Capital inclusive precisou encaminhar uma nota à coluna de Taline Oppitz no Correio do Povo sustentando a posição já anunciada de apoio a Melo.
