A Prefeitura de Canoas iniciou nesta semana a desmobilização do abrigo Pata Molhada, no bairro Mathias Velho, em Canoas, que no ápice das enchentes chegou a abrigar 5 mil animais. Localizado em propriedade privada, a área será entregue aos proprietários nos próximos dez dias, conforme foi solicitado à Administração. Os cerca de 300 animais que ainda se encontram no local serão transferidos para o Centro de Bem-Estar Animal e outros locais de albergagem, onde serão disponibilizados para adoção. A transição está sendo coordenada por veterinários da prefeitura de Canoas, garantindo o cuidado e segurança dos animais durante o processo.
De acordo com a secretária do Centro de Bem-Estar Animal, Fabiane Borba, a desmobilização do abrigo é uma necessidade, assim como outros que já foram encerrados, cumprindo assim o papel do Poder Público. “Nosso papel constitucional, enquanto Poder Público, é assumir a responsabilidade que é nossa e retirar das costas dos protetores e voluntários todo o peso que foi gerado pela necessidade de manutenção dos abrigos por voluntários. O trabalho dessas pessoas abnegadas sempre foi reconhecido por todos nós.”
Fabiane conta que na semana passada os três coordenadores do local foram recebidos pela Administração. Na ocasião solicitaram ajuda operacional e técnica da Prefeitura, pois a verba está acabando, o contrato de limpeza sendo encerrado e não haveria mais como manter os veterinários e as pessoas no local somente com verbas do Pix oficial do abrigo. “Assumimos com eles o compromisso de achar uma solução até esta semana, o que foi cumprido. Na terça-feira iniciamos essa transição, colocando equipe de limpeza e veterinária à disposição, como foi solicitado. O contrato de limpeza mantido pelo abrigo chegou ao fim. Hoje os animais estariam desassistidos.”
A titular da pasta garante que todos os encaminhamentos foram previamente anunciados aos órgãos fiscalizadores, incluindo a retirada de praticamente todas as doações do abrigo. “Sobre este ponto, cabe enfatizar que não houve confisco de qualquer item, pelo contrário, o abrigo ficou praticamente sem insumos após a saída de alguns voluntários. Existes registros dos itens que foram retirados, que serão entregues para as autoridades competentes para apurar o fato. Vários voluntários seguem auxiliando no abrigo, junto da nossa equipe, demostrando que a resistência partiu de poucos e que não houve nenhuma oposição de nossa parte na permanência do voluntariado.”
As adoções continuarão de forma diária, incluindo fins de semana, das 10h às 16h. As fotos dos animais podem ser vistas nos sites arcanimal.com.br e petsrs.com.br, e os interessados podem visitá-los na sede da secretaria. É necessário levar comprovante de residência e documento com foto, além de passar por uma entrevista. A Força Aérea Brasileira auxilia no transporte de animais adotados para São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Além disso, o governo do Estado criou um grupo de trabalho com entidades e protetores da causa animal para seguir avançando nas políticas de manejo de animais após as enchentes no Rio Grande do Sul. A ideia é discutir iniciativas, ouvir as demandas para oferecer alternativas visando garantir o cuidado e o bem-estar dos animais. O vice-governador e coordenador do conselho, Gabriel Souza, disse que entre as medidas adotadas junto aos animais resgatados, incluem a castração e microchipagem em parceria com o Ministério Público e as universidades UFRGS, Feevale, UniRitter e Ulbra.
“Estamos trabalhando no credenciamento de clínicas veterinárias para ampliar o programa e vamos ampliar medidas como abrigamento e lar temporário. Além disso, as equipes do Estado estão organizando campanhas de adoção de cães e gatos.” No próximo final de semana, em 13 e 14 de julho, uma nova feira de adoção será promovida no Parque da Redenção, em Porto Alegre, com o intuito de destinar os resgatados para novas famílias.