O arroz é considerado um dos mais importantes grãos em termos de valor econômico. É o alimento básico para cerca de 2,5 bilhões de pessoas e, segundo estimativas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), até 2050 haverá uma demanda para atender ao dobro desta população.
Só no Brasil, a produção de arroz está estimada em 10,8 milhões de toneladas. Nas Américas, nosso país é o maior produtor de arroz em casca, seguido dos Estados Unidos. Entre as unidades da federação, o Rio Grande do Sul é o maior produtor. No estado gaúcho, o município de Uruguaiana é líder neste mercado. Do arroz é gerado um subproduto, a casca de arroz.
A casca de arroz corresponde a um percentual aproximado de 22% da massa total do grão, e sua destinação se torna uma grande preocupação aos produtores de arroz. A disposição irregular deste subproduto, muitas vezes dispostos em depósitos a céu aberto, representa um grande risco aos cursos d’água, bem como propicia o surgimento de focos de incêndio nas áreas de depósito, podendo gerar sérios problemas ambientais. A casca de arroz, quando inutilizada, é descartada a céu aberto – além de possuir um longo período de decomposição.
A utilização da casca de arroz na produção de energia elétrica surge como alternativa para resolução dos problemas de destinação. A casca de arroz possui alto poder calorífico, com baixo impacto ambiental, ideal para a geração de energia. Adicionalmente, a cinza produzida na combustão da casca também pode ser comercializada e utilizada na construção civil, cerâmica, indústria química, fabricação de células fotovoltaicas e entre outros. De olho no potencial desta matéria-prima e em linha com as estratégias ESG, a Nova Engevix Construções vai instalar uma usina termelétrica movida à casca de arroz em Uruguaiana. Os investimentos são estimados em 70 milhões de reais. Quando pronta, a termelétrica terá capacidade de gerar 5 megawatts em regime de operação contínua, e deve movimentar a economia local. Serão firmados contratos de 15 anos com seis fornecedores de casca de arroz, totalizando 57.700 toneladas processadas por ano.
EMPREENDIMENTO
O projeto da UTE Uruguaiana tem prazo previsto de implantação de 18 meses, com a geração de aproximadamente 140 vagas de empregos diretos e indiretos em atividades de construção civil e montagem eletromecânica. Já na fase operacional serão cerca de 20 vagas permanentes.
Além da importância ambiental, vale também destacar a importância desse projeto no momento de reconstrução do Estado do Rio Grande do Sul com a geração de emprego e renda após a tragédia das enchentes.Os equipamentos principais da Usina Termelétrica Uruguaiana serão de fornecedores da indústria nacional, todos com amplo domínio das tecnologias aplicadas.
O empreendimento já possui licença do órgão ambiental responsável, e deverá iniciar em breve as atividades de implantação.
