Muitas mudanças ocorreram no processo de pós pandemia para o varejo que teve de se readequar para continuar com suas operações em andamento. As implementações de compras por e-commerce, um quadro menor de funcionários e muitas mudanças no comportamento de consumo, também tiveram consequências: o aumento dos furtos e um aprendizado maior na gestão de estoques. Isso pode ser comprovado na 7ª Pesquisa Abrappe de Perdas no Varejo Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe), em parceria com a KMPG, com a participação das maiores empresas do varejo do país.
De acordo com o estudo, o índice de perdas médio em 2022 era de 1,48% e subiu para 1,57% em 2023, um aumento de 6,08%, o maior em 7 anos, ou seja, o setor perde ao equivalente a R$ 34.950 bilhões. Este valor representa o percentual de 1,57% sobre as vendas líquidas do varejo em 2023 que foi de R$ 2,23 trilhões. “Cresce muito a importância do investimento nesta área de prevenção de perdas e na contratação destes profissionais para melhor gestão do estoque e controle dos furtos, pois todas essas consequências diminuem a competividade tendo reflexo na redução dos lucros e impactando o preço dos produtos para o consumidor”, afirma Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe.
A setor de moda, magazines regionais e eletromóveis foram os mais atingidos. A perda no setor de eletromóveis cresceu 138%; seguido por moda (58,05%) e magazines regionais (45,76%).
No varejo alimentar, o atacarejo, que passou a também oferecer mais serviços, teve suas perdas crescendo em 20,87%; lojas de conveniência chegaram a 25,57% de aumento; lojas de vizinhança com 7,65% e supermercados tradicionais 5,54%.
“Um dos setores que tiveram destaque foi o varejo farma, por maior maturidade na área de prevenção de perdas e pouca rotatividade desses profissionais”, diz Carlos Eduardo. De 2022 para 2023, segundo a pesquisa, as farmácias tiveram uma queda de -20,62% nas perdas. “Talvez o número mude neste ano, pois sabemos dos furtos por causa do Ozempic que virou a febre do momento”, explica o presidente da Abrappe.