A água tomou conta de vias na Ilha da Pintada, no bairro Arquipélago, em Porto Alegre. Menos de 45 dias após a enchente que devastou a região, as inundações retornaram e ultrapassaram a altura do joelho de uma pessoa adulta em alguns pontos.
Na avenida Presidente Vargas, a lama se mistura aos entulhos que flutuam na água e se acumulam nas laterais. A inundação fez a passagem aparentar ser um córrego do Rio Jacuí. Ali, o alagamento se agiganta e começa a formar uma discreta correnteza.
O trabalhador autônomo, Adriano Ávila de Moraes, de 41 anos, não tem dinheiro para comprar botas. Descalço, ele percorre a via inundada com um par de alpargatas na mão.
“Estou alojado na casa de uma amiga na zona Sul de Porto Alegre. Apenas retornei para ver se consigo encontrar algum pertence que o dilúvio não levou. A enchente ultrapassou três metros e destruiu tudo que eu tinha. Só resta levantar a cabeça e seguir”, se conforma o homem.
Ainda na Ilha da Pintada, a água se acumula há pelo menos cinco dias em um trecho entre a rua Japeju e a avenida Presidente Vargas. O alagamento da via chega nas faixadas, o que obriga o comércio a permanecer fechado.
De acordo com a Defesa Civil, aproximadamente 80% dos moradores da região das Ilhas estão fora de casa desde o início de maio. Também não há aulas presenciais, apenas atividades on-line são oferecidas aos alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Almirante Barroso e a Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Ilha da Pintada.
