O bairro Guarujá, na zona Sul de Porto Alegre, registra inundações há 40 dias. Não é mais preciso utilizar barcos para locomoção, mas os pontos inundados ainda dificultam o movimento na localidade. Além disso, a maioria dos moradores ainda não conseguiu retornar.
Quase todas as residências ostentam marcas da enchente. Alguns imóveis permanecem recobertos por lodo, enquanto outros foram destruídos pela força da água e se resumem a destroços.
Um dos pontos mais atingidos fica entre as ruas Oiampi e Jacipuia, próximo à avenida Guaíba. Alagado desde o início de maio, o trecho mistura água do Guaíba com esgoto extravasado, formando uma imensa poça de líquido contaminado.
Ali, na manhã deste sábado, a aposentada Dilvia Iria Thoma, de 66 anos, limpava o que sobrou de casa. Ela conta que o dilúvio destruiu um muro e invadiu o imóvel, por isso está alojada na casa de uma amiga desde o início de maio.
“Nesse ponto, a rua tem um desnível de 40 centímetros abaixo do nível do Guaíba. Já alertamos e pedimos para o poder público ajustar isso e realizar uma macrodrenagem, mas nada foi feito”, lamentou a moradora.
Além do imóvel destruído e da mobília inutilizada, Dilvia também perdeu um cão da raça Akita. O animal morreu de leptospirose. A moradora não descarta morar em outro bairro após a tragédia.
“Não gostaria de sair do bairro Guarujá, mas considero a possibilidade. O problema é que o preço das casas despencou após a enchente”, disse.