A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu preventivamente, nesta quinta-feira, um casal em Fortaleza, no Ceará. Ambos, homem e mulher, são atores e têm 50 anos. Eles são suspeitos de desviar valores doados para o resgate de animais em municípios gaúchos atingidos por chuvas e enchentes.
De acordo com a investigação, a fraude consistiu na abertura de contas com documentos falsos e na criação de chaves pix similares às utilizadas em campanhas de arrecadação legítimas. O modus operandi do casal era replicar códigos de outras contas para doção, mas com a mudança de apenas um dígito. Em outras palavras, as vítimas não percebiam a alteração em algum dos números e acabavam transferindo valores aos golpistas.
Foram alvos, por exemplo, as campanhas de doação das influenciadoras digitais Paola Saldívia e Deise Falci, que tinham por fim a arrecadação de valores a serem destinados ao cuidado de animais resgatados das enchentes. Ocorre que as duas mulheres notaram que vários seguidores faziam doações a um destinatário diverso do anunciado por elas, e resolveram denunciar.
De acordo com a polícia, os golpistas foram responsáveis por criar cerca de 235 chaves pix distintas, Apenas durante o mês de maio, eles criaram chaves novas todos os dias, sempre a partir de contas abertas com documentos falsos.
O casal é investigado é composto por um ator/comediante e uma influenciadora digital, que conta com mais de 26 mil seguidores no Instagram. Ela também afirma ser apresentadora de rádio e atriz de uma série televisiva.
A ação ocorreu por meio da Força-Tarefa Cyber do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), iniciativa criada para o combate a fraudes, golpes e atentados aos serviços de utilidade pública durante o período de calamidade no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil do Ceará apoiou a operação que, além do cumprimento das prisões preventivas, também decretou a prisão em flagrante do casal após a apreensão de documentos falsos na residência onde moram em Fortaleza.
“A Polícia Civil ratifica o compromisso de desenvolver investigações criminais qualificadas, notadamente as que visem tirar proveito, de qualquer espécie, da maior tragédia da história do povo gaúcho, objetivando a máxima responsabilização criminal de todos os envolvidos”, enfatizou o diretor da Divisão de Investigação Criminal do Deic, delegado Eibert Moreira Neto.