Ocorre com percalços a retomada das aulas nas escolas municipais de Porto Alegre. Nesta segunda-feira, 18 unidades estavam programadas para retomar atividades, mas a falta de água não permitiu que isso se concretizasse por completo. Outro obstáculo é a situação de professores que moram em áreas afetadas e não conseguem se deslocar até as instituições, além dos servidores que estão desabrigados.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Pepita de Leão não conseguiu iniciar as aulas nesta manhã, conforme fora planejado. De acordo com a diretora Daniela da Silva Ferreira, o motivo foi a irregularidade no fluxo de água. As aulas no local devem iniciar na terça.
“A água retornou de forma inconstante, isso impediu de retomar as aulas com planejado. De todo modo, hoje serviremos almoço para todos os alunos”, disse.
As aulas voltaram em turno reduzido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Vargas. Isso ocorreu porque aproximadamente 15 professores residem em áreas afetadas pela enchente, principalmente na região Metropolitana. Os turnos de aula na parte da manhã serão das 10h às 12h, ao invés de começarem às 8h, como geralmente ocorre.
A dona de casa Daniela da Luz de Melo e Silva aguardava o início das aulas em frente ao local, acompanhada do filho de 12 anos.
“Vai ser ótimo ele retomar os estudos presenciais e ocupar o tempo com atividades produtivas. Eu estava ansiosa por esse momento”, celebrou a mulher.
A Escola Municipal de Ensino Fundamental Jean Piaget também tinha aulas programadas para hoje, o que não aconteceu. As atividades devem ser retomadas na quarta-feira. Isso porque mais de 40% dos servidores foram afetados pela cheia ou estão desabrigados, conforme está escrito em cartazes na entrada da escola.
A tentativa de reabertura das unidades ocorre por orientação da Secretaria de Educação da Capital, que determinou o retorno das aulas em todas as escolas que não foram diretamente atingidas pelas cheias e que contam com abastecimento de água e energia elétrica.
Os servidores diretamente afetados pelas enchentes não precisam retornar ao trabalho nesse primeiro momento. A orientação da secretaria é que as escolas realizem atividades lúdicas e recreativas e garantam o acolhimento e as refeições dos estudantes.
A ausência de alunos poderá ser justificada no caso dos atingidos pelas cheias.
É a primeira tentativa de retomada do ensino na rede municipal após três semanas de alagamentos que assolam o Rio Grande do Sul. De acordo com a prefeitura, outras 14 unidades retomarão as atividades regulares na terça e outras quatro, na quarta-feira. No entanto, o número deve aumentar, tendo em vista as instituições que não conseguiram reabrir nesta segunda-feira.