O odor fétido de lodo e lixo paira na atmosfera da Rua dos Andradas, no Centro Histórico de Porto Alegre. A água marrom recuou e permite a tentativa de retomada do comércio na localidade, que ainda registra quadras sem energia elétrica. Nesta segunda-feira, comerciantes limpavam o barro no interior dos estabelecimentos, ao mesmo tempo em que lamentavam os prejuízos que ultrapassam milhares de reais.
Romulo Luís Zanon, de 39 anos, é proprietário do Grelhados Veneza. Ele estima que o prejuízo com o restaurante pode chegar a R$ 100 mil.
“Perdemos produtos e móveis. Além disso, não temos energia elétrica, então ainda não podemos reabrir. A enchente foi muito forte. Temos que dar graças a Deus que o prédio ainda está de pé”, reflete o empreendedor.
As perdas também ocorreram na quadra ao lado, onde fica o bar e lancheria Eldorado. O dono, Autemir Modesto, de 59 anos, conta que foi preciso jogar fora quase 100 quilos de carne de frango. Além disso, cinco máquinas refrigeradoras estragaram.
“A verdade é que perdemos tudo. Foi mais de um metro de água que entrou. Tenho esperança de conseguirmos salvar algumas bebidas, porque os alimentos tiveram que ir todos para o lixo”, lamentou.
Na calçada em frente ao restaurante, está a banca da Floricultura Rua da Praia. A estrutura foi danificada pelo dilúvio e vai precisar de reforma completa. O custo do reparo vai beirar R$ 10 mil.
“Nossa banca ficou toda amassada pela força da água. Isso sem falar nos produtos, que foram todos perdidos. Não conseguimos salvar nada da floricultura”, constatou a proprietária Luci Regina Wrezinski, de 55 anos.