Hospitais vão suspender atendimentos eletivos a segurados do Ipe Saúde na próxima semana

Suspensão afetará 25 mil pacientes que possuem procedimentos eletivos já agendados

Foto: Ricardo Giusti / CP Memória

Diante da falta de condições e sustentabilidade para continuar prestando os serviços do Ipe Saúde devido aos novos modelos de remuneração adotados em  1° de abril, 18 hospitais de referência do estado vão suspender o atendimento eletivo aos segurados do Ipe no próximo dia 6 de maio. O comunicado aconteceu em uma coletiva na sede da Federação de Santas Casas e Hospitais sem Fins Lucrativos (FederaçãoRS) e da Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul), que também contou com entidades ligadas à área médica. Conforme o diretor geral da Santa Casa de Porto Alegre, Júlio Dornelles de Matos, as instituições estão pagando para assistir o plano de saúde, algo que se tornou insustentável.

“O motivo é único. O novo modelo tornou-se insustentável, os reajustes foram insuficientes e demonstramos isso a eles, mas não tivemos soluções. Esse é um primeiro passo de descredenciamento”.

Para as casas de saúde seguirem atendendo dentro dos novos valores do IPE Saúde. o prejuízo seria de R$ 154 milhões ao ano. O diretor geral da Santa Casa citou a falta de negociação por parte do Ipe para que as tabelas também atendessem a necessidade dos hospitais. Ainda conforme o diretor, não há condições de fazer financiamentos para seguir com os atendimentos.  

“Chega o déficit que temos  com o SUS. Não temos como pagar com financiamento bancário para executar o processo assistencial. Respeito e consideração com instituições que sempre prestaram serviços ao Ipe”.

A estimativa é que a suspensão atinja inicialmente cerca de 25 mil assegurados que estavam com consultas e procedimentos eletivos agendados para depois do dia 6 de maio. Conforme as entidades, o IPE Saúde já foi notificado da decisão dos 18 hospitais, que representam cerca dos 60% dos atendimentos. Em nota o conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, reitera que o atendimento à população deve ser prioridade de todos envolvidos. Além disso, o Conselho defende a retirada da obrigatoriedade de contrato global dos termos de negociação, uma vez que transfere aos hospitais o pagamento de honorários médicos, sem qualquer garantia a esses profissionais.

Procurado pela reportagem, o Ipe Saúde ainda não se manifestou sobre a decisão.

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