Trabalhadores do Hospital de Viamão decidem manter estado de greve e Sindisaúde formaliza pedido para participar de negociações do Mediar

Uma audiência pública com trabalhadores, lideranças municipais, usuários do sistema de saúde, sindicatos e vereadores foi realizada na Casa Legislativa; encaminhamentos foram deliberados

Presidente do Sindisaúde diz que até agora não há nenhuma garantia de que os trabalhadores serão indenizados | Foto: Letícia Giacomelli / Sindisaúde-RS / CP

O interesse do Município de Viamão em comprar o único hospital da cidade levantou uma série de questionamentos e muitas incertezas junto aos trabalhadores que atuam nos corredores da instituição de saúde, principalmente se os postos de trabalho serão mantidos e se os profissionais serão recontratados. A caminhada que aconteceria em luta pela saúde na tarde de ontem foi desmobilizada, mas uma audiência pública com trabalhadores, lideranças municipais, usuários do sistema de saúde, sindicatos e vereadores da cidade foi realizada na Casa Legislativa. A partir do encontro, encaminhamentos foram deliberados. Entre eles, a categoria definiu pela manutenção do estado de greve.

Além disso, de acordo com a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado (Sindisaúde-RS), Lúcia Mendonça, foi definido que será solicitada uma reunião com o prefeito Nilton Magalhães para tentar esclarecer alguns pontos da negociação. “Também vamos formalizar junto ao Ministério Público para que sejamos inseridos nas reuniões de negociação do Mediar.” O presidente do Sindicato, Júlio Jesien, disse que em reunião com a direção do Cardiologia durante a manhã de quarta-feira ficou esclarecido que a proposta de compra e venda do hospital ainda não está fechada. “Falta a Fundação realizar uma assembleia entre os associados para que dali saia uma definição. Por ora, não há nada de concreto.”

Jesien lembra que a Fundação Cardiologia se encontra em recuperação judicial e que, em tese, se for decidido que os R$ 24 milhões destinados para a compra do hospital forem viabilizados para o pagamento de rescisórias, não se tem a garantia que serão quitadas as dívidas com os 650 trabalhadores de Viamão. “Isso porque há rescisórias pendentes com trabalhadores de Porto Alegre, de Alvorada e Cachoeirinha. Ou seja, há credores mais antigos que também precisam ser pagos. Então não temos certeza alguma e nosso problema só se agrava. Não podemos esquecer que estamos trabalhando com a saúde das pessoas, com vidas”, conclui Júlio Jesien.

A Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC) foi convidada a se manifestar, mas ainda não comentou o assunto.

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