Iphae nega construção de prédio de mais de 40 andares no Centro Histórico de Porto Alegre

Parecer do instituto aponta limites da portaria de entorno do Museu Júlio de Castilhos como motivações

Foto: Guilherme Almeida / CP

O projeto, que pertence à Construtora Melnick, foi negado pelo Instituto do Patrimônio Histórico, (IPHAE),  devido aos limites da Portaria de Entorno do Museu Júlio de Castilhos. A proposta apresentada pelos empreendedores à Prefeitura previa que o prédio teria 45 andares e 108 metros a contar da Duque de Caxias. Na decisão, o órgão afirma que uma eventual nova proposta deverá, ainda, seguir o formato de apresentação previsto na Instrução Normativa. O principal argumento do Iphae para vetar o projeto é que a altura não só é três vezes maior que o limite de pavimentos estabelecido pela Portaria, como mais que o dobro do número de pavimentos identificados nos edifícios mais altos do entorno do Museu. Conforme o presidente Associação dos Amigos do Museu, Cláudio Pires Ferreira, a decisão é importante, pois preserva o futuro do museu.

“A associação ingressou em 2023 com duas ações civis públicas pedindo a suspensão da construção e que seja revogada essa primeira licença. O museu é tombado desde 1938, ou seja antes até do primeiro projeto que aponta uma série de irregularidades”.

Em nota, o Instituto informa que a decisão negativa tomada no dia 12 de abril, se deu porque o projeto não atende o limite de altura definido pela Portaria que estabelece altura máxima de 15 pavimentos ou 45 metros para as edificações no entorno do Museu. Ainda de acordo com o presidente Cláudio Pires, a construção do prédio causaria uma série de problemas estruturais na região.

“ Os impactos como escavações seriam graves e irreversíveis. A mobilidade urbana também seria festada, aliás é uma região que está saturada que ficaria totalmente sombreada”.

O  parecer do Iphae seguiu o mesmo padrão de análise de projetos de outros empreendimentos, não havendo diferenciação. O Instituto já se manifestou anteriormente sobre projetos para o imóvel em questão, tendo informado que eles deveriam atender aos limites da Portaria de Entorno, orientação que se mantém e é passível de recurso somente se a empresa adequar o projeto à altura máxima permitida.

Confira a nota da Construtora Melnick:

A incorporadora esclarece que respeita integralmente as normativas legais e sempre atua de acordo com as exigências dos órgãos competentes.

O Empreendimento já possui projeto devidamente aprovado que seguiu todos os trâmites requeridos e atualmente está em fase de reaprovação. Nessa etapa, todos os órgãos e secretarias são consultados, sendo normais manifestações com intuito de adequações solicitadas entre as partes. Acreditamos assim no alinhamento com o IPHAE, destacando que a obra somente será iniciada com as devidas aprovações e liberações legais.

Cabe ressaltar que valorizamos a importância histórica e cultural do Museu Julio de Castilhos e reconhecemos sua relevância para o Estado do Rio Grande do Sul. Destacamos que o compromisso da Melnick é garantir que todas as formalidades legais sejam rigorosamente observadas e que se busquem as alternativas e os ajustes necessários do projeto, de acordo com as devidas anuências dos órgãos de proteção do patrimônio histórico e cultural.

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