Greve nos hospitais de Alvorada e Cachoeirinha começa a partir das 6 horas desta segunda-feira

O movimento paredista foi definido pela categoria de forma unânime em razão de que trabalhadores não terão verbas rescisórias quitadas com a troca de gestão

Os profissionais de saúde dos hospitais de Alvorada e do Padre Jeremias, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, decidiram por entrar em greve a partir da próxima segunda-feira, às 6 horas. O movimento paredista foi definido pela categoria de forma unânime diante da negativa do Estado em manter os contratos com a Fundação Universitária de Cardiologia, fazendo com que os trabalhadores fiquem pendentes do recebimento de suas verbas rescisórias, já que o Cardiologia está em processo de recuperação judicial. Piquetes serão montados em frente às instituições de saúde ainda na madrugada de segunda-feira e a concentração dos profissionais será comandada pelos sindicatos a que estão ligados, a fim de dar suporte aos trabalhadores.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado (Sindisaúde-RS), Júlio Jesien, explica que a paralisação dos serviços foi motivada pelo não pagamento das verbas rescisórias nas transições de gestões que estão sendo operacionalizadas em Cachoeirinha e Alvorada pelo Governo do Estado. De acordo com Jesien, as dívidas trabalhistas nos dois hospitais ultrapassam a casa dos R$ 40 milhões. “É um descaso com o trabalhador, que vai ficar na rua da amargura. A greve é o último instrumento de luta quando direitos são simplesmente ignorados.”

Já os trabalhadores do Hospital de Viamão, que ainda é administrado pela Fundação Universitária de Cardiologia, decidiram pelo estado de greve que teve início na quarta-feira. Isso foi definido diante da insegurança trabalhista que vivem, pois ainda existe a possibilidade da demissão de cerca de 200 trabalhadores, também sem indenização. Desde fevereiro deste ano, os atendimentos de urgência, emergência e de saúde mental estão suspensos em razão da perda de recursos e da redução dos incentivos, em consequência do Programa Assistir. Situação que o Sindisaúde vem denunciando desde junho do ano passado. Além disso, os setores de maternidade e de traumatologia do Hospital de Viamão foram fechados de forma definitiva. A maternidade foi fechada em 2021, enquanto que o serviço de traumato foi extinto da instituição em abril do ano passado.

O Governo do Estado esclarece que, em atenção à prioridade do atendimento de saúde da população e considerando que as contratações emergenciais apresentam condições de assunção das atividades, a Associação Beneficente João Paulo II assumirá a gestão do Hospital de Alvorada no dia 1º de abril e o Hospital Ana Nery Santa Cruz do Sul assumirá a gestão do Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, em 8 de abril. Em relação aos pagamentos das verbas rescisórias, o Estado se mantém aberto à negociação. A Fundação Universitária de Cardiologia foi procurada por mais de uma vez, mas não se manifestou.

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Sair da versão mobile