Empresário industrial gaúcho encerra o ano sem confiança, diz Fiergs

Indicador teve pequena oscilação positiva em dezembro

Indústria. Foto: Agência Brasil / CP Memória

A pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), divulgada nesta quarta-feira (20), mostra que a confiança do empresário industrial teve uma pequena oscilação de 47,9 em novembro para 48,1 em dezembro, pouco se alterando nos últimos quatro meses. O Índice de Confiança do Empresário Industrial gaúcho (ICEI-RS) varia de zero a 100. Quando abaixo de 50 indica ausência de confiança, faixa em que se encontra desde novembro de 2022 (14 meses). A pesquisa foi realizada entre os dias 1º e 11 de dezembro com 188 empresas, sendo 45 pequenas, 65 médias e 78 grandes.

“A indústria gaúcha iniciou e terminou o ano sem confiança diante da enorme incerteza gerada pelas eleições do final do ano passado, que se estendeu ao longo do 2023. Além disso, em dezembro os empresários externaram pessimismo com o cenário econômico brasileiro, especialmente com as indefinições sobre a política fiscal e a Reforma Tributária”, ressalta o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry, acrescentando ainda os juros altos, a proposta de elevação do ICMS e os fenômenos climáticos como pontos negativos. Desde 2010, início da série mensal do índice, apenas na grande recessão de 2014 a 2016, o setor mostrou um período maior de falta de confiança (27 meses).

FALTA DE CONFIANÇA

“A falta de confiança indica grandes dificuldades para o setor industrial gaúcho retomar a trajetória de crescimento no curto prazo, o que deve gerar impactos negativos nos investimentos e no emprego”, alerta Petry.
O ICEI-RS é composto por dois indicadores: o Índice de Condições Atuais, que afere a percepção dos empresários sobre as condições da economia brasileira e da própria empresa em relação aos últimos seis meses, e o Índice de Expectativas, que faz a mesma medição para o semestre seguinte. Nesse sentido, o ligeiro aumento do ICEI-RS em dezembro refletiu pequenas oscilações positivas de seus componentes, sendo que os relacionados à economia brasileira seguem no campo negativo (abaixo dos 50 pontos).

O Índice de Condições Atuais passou de 43,6 em novembro para 43,8 pontos em dezembro. Valores abaixo dos 50 pontos revelam que os empresários continuam percebendo deterioração no ambiente dos negócios. O Índice de Condições da Economia Brasileira segue como o componente de pior desempenho ao subir de 38,0 para 38,5 pontos no período, reproduzindo a diferença significativa entre a parcela de empresários que percebe piora no cenário econômico (46,3%) e a que percebe melhora (9,6%). Já a avaliação das condições das empresas manteve-se negativa no final de 2023, com o Índice de Condições das Empresas mostrando estabilidade em 46,4 pontos em dezembro.

EXPECTATIVAS

O Índice de Expectativas para os próximos seis meses também oscilou positivamente na passagem de novembro para dezembro: de 50,0 para 50,2 pontos. A neutralidade do índice geral, praticamente na marca divisória dos 50 pontos, derivou de resultados distintos dos seus dois componentes: pessimismo com o futuro da economia brasileira e otimismo com o da própria empresa.

O Índice de Expectativas da Economia Brasileira caiu de 43,6 em novembro para 42,7 pontos em dezembro, com quase um terço dos empresários (33,5%) mostrando pessimismo ante 14,4% otimistas. Por outro lado, os empresários gaúchos seguem otimistas com relação ao futuro das próprias empresas. De fato, o Índice de Expectativas das Empresas segue sendo o único acima dos 50 pontos, atingindo 54,0 em dezembro (+0,8 acima de novembro).

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