Após reajuste da Petrobras, que começou a vigorar na quarta-feira nas refinarias, o preço médio da gasolina nos postos do país chegou a R$ 5,65 o litro nesta semana, o maior valor registrado desde julho de 2022. O aumento chegou a R$ 0,12 (2,1%), em relação ao do período anterior – R$ 5,53.
A informação consta no levantamento semanal da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado nesta sexta-feira.
Nos postos pesquisados entre os dias 13 e 18 de agosto, todos os combustíveis tiveram aumento. O maior afetou o diesel S-10, que passou de R$ 5,08 para R$ 5,50, alta de R$ 0,42 (8,21%). O diesel também teve reajuste de preço nesta semana nas refinarias, de R$ 0,78 (25,8%).
O preço médio do etanol subiu 0,55% na semana em relação à anterior, de R$ 3,59 para R$ 3,61 o litro. O GLP, gás de cozinha, teve alta de 0,22%, de R$ 100,98 para R$ 101,21.
Inflação preocupa
Em julho, a inflação oficial de preços ganhou força ao avançar 0,12%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A gasolina, subitem de maior peso individual no índice, surtiu o maior impacto no resultado da inflação, com uma variação de 4,75% no mês. Em junho, o combustível havia apresentado queda de 1,14%.
André Almeida, analista responsável pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), afirmou na semana passada que a variação ocorreu mesmo com as reduções aplicadas nas refinarias, antes do aumento desta semana. “A alta de julho capta a reoneração de impostos, com a volta da cobrança da alíquota cheia de PIS e Cofins”, explica.
Agora o índice de preços deve ser impactado pelos reajustes autorizados pela Petrobras, que começaram a vigorar na última quarta-feira, na gasolina e no diesel.
Histórico
Foi o primeiro aumento anunciado pela Petrobras desde a extinção da política de paridade internacional dos combustíveis, em maio. Depois dessa decisão, os valores só tiveram queda. A variação do preço de venda de gasolina A da Petrobras para as distribuidoras, no acumulado do ano, teve redução de R$ 0,15 por litro.
Os reajustes dos combustíveis já eram defendidos pelos agentes do mercado havia algumas semanas, devido à forte valorização do petróleo no mercado internacional. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina nos polos da Petrobras segue defasado em R$ 0,90 (-27%) e o do diesel, em R$ 1,18 (-28%).
No anúncio das altas, a Petrobras disse que, ao extinguir o PPI, incorporou parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística na precificação. “Em um primeiro momento, isso permitiu à empresa reduzir seus preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigar os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando período de estabilidade de preços aos seus clientes.”
Ao divulgar o reajuste, a estatal explicou: “Ciente da importância de seus produtos para a sociedade brasileira, a companhia reitera que, na formação de seus preços, busca evitar o repasse da volatilidade conjuntural do mercado internacional e da taxa de câmbio, ao passo que preserva um ambiente competitivo salutar nos termos da legislação vigente”.