Com o objetivo de desmantelar células financeiras de organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e combater a lavagem de dinheiro, a Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira a Operação Partícipes. Foram cumpridas 20 ordens judiciais, entre prisão preventiva, mandados de busca e indisponibilidade/sequestro de bens, veículos, imóveis, contas bancárias, ativos nas residências nas cidades de Porto Alegre, Gravataí e Cachoeirinha, além da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC).
De acordo com as investigações, os ativos sequestrados podem chegar a mais de R$ 1 milhão. O núcleo alvo da operação é responsável pela gerência financeira e interligação entre alguns integrantes de facção sediada no Vale dos Sinos com líderes de organização criminosa com atuação na zona leste de Porto Alegre. Conforme a Polícia, alguns já foram indiciados e presos preventivamente na primeira fase da operação.
Após oito meses de análises bancárias, financeiras, fiscais, telemáticas, extração de dados telefônicos e diligências externas, a Polícia identificou o modus operandi na lavagem de capitais em ambas as fases e concluiu que os traficantes, com atuação em nível de atacado, atuavam em várias cidades do RS, com conexões também em Santa Catarina e Paraná, usando o sistema financeiro para a dissimulação e pulverização de recursos ilícitos.
As investigações apontam que a quadrilha operava com a ocultação de veículos de luxo, usando laranjas para mascarar a propriedade real. Os criminosos também efetuavam constante moeda de troca entre os membros para o pagamento das negociações de compra de drogas e armas em outros Estados. Foram também constatados pagamentos fracionados, burlando fiscalizações bancárias entre os operadores financeiros das diferentes facções citadas.
A Operação Partícipes é coordenada pelos delegados Adriano Nonnenmacher e Wagner Dalcin, e é seguimento da Operação Consortium, deflagrada em dezembro de 2022. A operação é realizada por intermédio da Delegacia de Repressão a Lavagem de Dinheiro e Divisão de Inteligência (DRLD/DIPAC) do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (DENARC) e conta com apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe).