Três advogados desistem de defender Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

Três advogados desistem de defender Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

A oitiva está marcada para as 14h e vai acontecer na sala de audiências do Supremo. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Três advogados desistiram de fazer a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Bernardo Lobo Muniz Fenelon, Bruno Tadeu Buonicore e Raíssa Frida Isac vinham trabalhando para Cid desde maio, quando a Polícia Federal o prendeu. O R7 confirmou, neste domingo, a informação do desfalque no time que defendia o militar.

Esta é a segunda “troca” de advogados no caso de Mauro Cid desde que a prisão. Uma semana após ele ter sido detido, em 3 de maio, o advogado Rodrigo Roca abandonou o caso, sendo substituído por Fenelon.

Mauro Cid está preso por falsificação de cartões de vacinação. Em maio, a Polícia Federal descobriu que o militar havia fraudado os cartões de vacina de Jair Bolsonaro, da filha adolescente do ex-presidente e de outras pessoas do entorno dele.

No entanto, os desdobramentos da investigação revelaram que Mauro Cid também participou de outros escândalos, como no caso do sumiço das joias sauditas, que culminou na Operação Lucas 12:2, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira. A ação investiga a tentativa de venda ilegal de presentes entregues ao ex-presidente Jair Bolsonaro por outros países.

Nesse caso, além do ex-ajudante de ordens, também são investigados o pai de Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, o tenente do Exército Osmar Crivelatti e o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef. Eles são suspeitos de negociar e vender joias e presentes oficiais recebidos pelo ex-presidente.

De acordo com a PF, o grupo se valeu da “estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior”.

As quantias obtidas com essas operações “ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados por meio de pessoas interpostas e sem usar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, a localização e a propriedade dos valores”. A Polícia Federal não informou o valor supostamente obtido com a venda das joias e dos presentes.