O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, assinou uma resolução nesta quinta-feira que limita a quantidade de voos do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, a uma distância máxima de 400 quilômetros do destino ou da origem. A regra passa a valer em 2 de janeiro de 2024. A intenção da medida é estimular o uso do Aeroporto Internacional do Galeão, também na capital fluminense.
Com a limitação de voos a um raio de 400 km, o Santos Dumont só vai poder ter rotas para São Paulo, Belo Horizonte e Vitória. O aeroporto, contudo, não vai manter operações com aeroportos internacionais, como o de Guarulhos (SP) e o de Confins (MG), por exemplo.
“Encontramos um formato jurídico para dar lastro a essa decisão, para que a gente possa voltar a ter no Galeão muitos voos, muitos passageiros e, acima de tudo, volte a ter no Galeão o maior aeroporto do Brasil”, afirmou França.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também destacou que a medida é importante para movimentar o Galeão.
“Não é preciso ser engenheiro ou gestor para saber que não tem sentido o Aeroporto do Galeão ficar paralisado porque as pessoas, por comodidade, preferem sair do Santos Dumont. Pode ser que algumas pessoas não queiram gostar, porque nós estamos tirando a comodidade dela de sair do Santos Dumont e ir para São Paulo para pegar um voo para os Estados Unidos. Não, vai pegar aqui”, disse o presidente
“Nós fazemos isso porque é necessário diversificar para criar não comodidade, mas uma coisa mais inteligente. As pessoas voarem de um aeroporto muito mais seguro, que pode receber muito mais gente”, completou Lula.
A resolução assinada por França levou em consideração uma solicitação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que disse que a medida deve ser tomada em caráter de urgência para permitir a adequação das malhas das empresas aéreas, minimizando o impacto sobre os clientes. Além disso, a Infraero destacou que a medida busca promover a coordenação entre as atividades de proteção de voo e as de regulação aérea.
O ato assinado pelo governo federal também autoriza obras de engenharia no Santos Dumont. Segundo a Infraero, serão implantadas áreas de escape na pista visando à segurança operacional dos voos, pelo fato de o aeroporto ser limitado, geograficamente, pela baía de Guanabara.